Eleições japonesas: Os desafios da terceira economia mundial

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Apesar do dinamismo económico, são necessárias reformas estruturais para que o Japão enfrente os rivais asiáticos.

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O Japão, onde têm lugar eleições legislativas anticipadas, é a terceira potência económica mundial e enfrenta, atualmente, grandes desafios geopoliticos, demográficos e económicos.

Instabilidade política regional

A crise com a Coreia do Norte não é recente, mas atingiu proporções sem precedentes durante os últimos meses com os lançamentos de mísseis balísticos da parte de Pyongyang. Alguns dos mísseis sobrevoaram mesmo território nipónico.

O Executivo do primeiro-ministro Shinzo Abe pede à Comunidade Internacional que exerça pressão sobre a Coreia do Norte, que insiste no desenvolvimento de um programa de armas nucleares, contra as decisões das Nações Unidas e para desespero dos seus vizinhos.

Para Shinzo Abe, o rumo a tomar é a posição defendida pela Administração Trump. Washington disse, em várias ocasiões, que “todas as opções continuam sobre a mesa”, o que é habitualmente interpretado como a possibilidade de que venha ser usada a força – uma intervenção militar na Península da Coreia.

Por outro lado, o chefe do Executivo nipónico, faz um esforço para manter boas relações com Moscovo, que prefere a via diplomática.

Desafio demográfico determinante

O Japão sobre, no campo demográfico, de um processo de envelhecimento populacional acelerado, devido, em parte, ao aumento da esperança média de vida, mas também às reduzidas taxas de natalidade.

Nasceram, em 2016, menos de um milhão de bebés no arquipélago, o número mais baixo desde que o Japão realiza este tipo de estatísticas.

Há, por outro lado, mais de 60 mil pessoas com mais de 100 anos e as pessoas com idades superiores a 65 anos representam mais de 27% da população.

Potência económica com novos rivais

No plano económico, o Japão demonstra algumas dificuldade no que à globalização diz respeito. As negociações para acordos de livre-comércio são geralmente complicadas.

Tóquio demorou quatro anos a chegar a acordo com a União Europeia e as negociações devem ainda avançar para os necessários detalhes.

O Governo de Shinzo Abe assinou, com êxito, o Tratado Transpacífico, com 11 países da região da Ásia-Pacífico. Um acordo levado a cabo durante a Administração Obama. Depois da eleição do presidente Donald Trump, no entanto, Washington decidiu abandonar o acordo.

Uma economia pouco reativa

As empresas japonesas, por outro lado, têm demonstrado alguma dificuldade face ao crescimento de conglomerados de outros países asiáticos, nomeadamente chineses e sul-coreanos. São normalmente vistas como organizações que pecam por falta de reatividade em mercados em constante transformação.

O Japão tem demonstrado alguma dificuldade para livrar-se da deflação que constitui um entrave ao consumo privado e das empresas desde há décadas, apesar dos planos de crescimento lançados pelos diferentes Governos. Os japoneses preferem a poupança ao consumo e o primeiro-ministro Abe ainda não conseguiu convencer os cidadãos a gastar mais.

Reformas estruturais essenciais para o futuro

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O orçamento de Estado para a administração pública não deverá voltar a uma situação de equilíbrio em 2020, como previsto pelo Executivo, situação justificada pela necessidade no investimento no sistema público de educação.

Shinzo Abe avisou, por outro lado, que os impostos sobre o consumo passarão dos atuais 8% para 10% em outubro de 2019. Entretanto, o primeiro-ministro deverá preocupar-se com a enorme dívida pública, que supera os 200% do Produto Interno Bruto.

O primeiro-ministro japonês tinha prometido, em 2012, reformas estruturais nos campos do trabalho, da promoção da igualdade de género e no setor agrícola. Mas pouco foi feito nos últimos cinco anos, o que impede, para alguns analistas, que o Japão supere os seus desafios.

Com AFP

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