Ali Abdullah Saleh anunciou estar pronto a "virar a página" com Riade se a coligação saudita suspender a ofensiva militar no país.
O ex-presidente do Iémen quebra três anos de aliança com os rebeldes hutis para estender a mão à Arábia Saudita. Ali Abdallah Saleh, atualmente líder do maior partido do país - Congresso Popular Geral - prometeu declarar um cessar-fogo se Riade levantar o bloqueio militar ao país.
O apelo ocorre num momento em que as divisões no campo rebelde provocaram mais de 40 mortos desde quarta-feira. Os confrontos entre apoiantes de Saleh e os combatentes hutis prosseguiam este sábado com vários tiroteios registados no sul da capital depois do fracasso de um esforço de mediação na sexta-feira.
O fim da aliança no campo apoiado pelo Irão foi saudado por Riade, mas violentamente criticado pelos rebeldes xiitas, cujo porta-voz fala de uma traição.
A fratura no campo rebelde que tinha obrigado o governo a abandonar o território em 2014, ocorre no mesmo dia em que a ONU voltou a alertar para os oito milhões de pessoas em risco de morrer à fome no país.
As principais agências das Nações Unidas apelam ao levantamento imediato do bloqueio militar saudita, depois de apenas três de mais de uma dezena de navios com mantimentos e combustível terem sido autorizados a atracar no porto de Hodeida nos últimos dias.
Desde 2015 que a guerra civil somada à intervenção militar da coligação saudita provocou mais de 8.700 mortos e dois milhões de deslocados, inflamando as relações entre Riade e Teerão.