Champanhe francês à mesa do Brexit

Com oito hectares de vinha na região francesa de Champagne, Frederic Berthlot decidiu apostar na internacionalização. A ideia de exportar o vinho branco espumante para o Reino Unido surgiu na altura que os britânicos decidiam, nas urnas, abandonar a União Europeia. Passados dezoito meses, este empresário continua à espera de ver clarificadas as regras comerciais depois do Brexit.
"Estamos num período de transição, de flutuação e há, por isso, alguma inquietude. A libra desvalorizou, o euro está mais caro, logo o champanhe é mais caro para os que compram com a moeda europeia. Penso que as vendas de champanhe baixaram em alguns mercados e em algumas marcas, e a meu ver em determinado segmento" refere Frederic Berthelot, proprietário da Casa de Champagne, Roger Barnier.
Um período que se pode revelar difícil, sobretudo, para os pequenos vitivinicultores obrigados a competir num mercado cada vez mais concorrencial. Berthlot acredita, no entanto, que o divórcio do Reino Unido com a União Europeia se pode traduzir numa oportunidade de negócio. A imagem da casa e a exclusividade do produto permitem a este empresário encarar o futuro com otimismo. Desde logo, pela maturidade do mercado e por acreditar que a qualidade vai ter um lugar assente à mesa dos britânicos no pós-Brexit.