O líder da Esquerra Republicana de Catalunya, de 48 anos, está preso desde 2 de novembro, na sequência da declaração unilateral de independência da região.
Oriol Junqueras, de 48 anos, previu que o nascimento do seu segundo filho coincidiria com o de uma Catalunha independente. Entre uma e outra previsão passaram-se dois anos e esta última parte acabou por atirá-lo para a prisão, depois da proclamação unilateral de independência da região, a 27 de outubro.
O líder da Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), partido que lidera desde 2011, é um fervoroso independentista desde os oito anos de idade e doutorado em História do Pensamento Económico, com uma tese sobre a economia da Catalunha nos séculos XVI e XVII.
O percurso político começou a ser trilhado em 2003, quando avançou pela primeira vez como candidato independente.
Apesar da sua formação, o ex-vice-presidente do governo da Catalunha presidido por Carles Puigdemont errou ao prever que as empresas não iriam fugir da região com o processo de independência. Só desde o referendo popular de 1 de outubro foram mais de 3000 as companhias a abandonar o domínio catalão por força da instabilidade que se criou com a tentativa de separação em relação a Espanha.
Outra previsão errada de Oriol Junqueras foi a crença no apoio da Igreja. Católico convicto, o candidato da ERC não foi capaz de angariar o apoio do Vaticano e do Papa Francisco, que não se deixaram cativar pela retórica dos independentistas.
No passado, Junqueras ganhou a vida como guionista de programas de televisão. Agora, tenta desde a prisão de Estremera, onde está encarcerado desde 2 de novembro - após a decisão da juíza Carmen Lamela, com base nas acusações de rebelião, sedição e fraude - escrever uma história que termine com um final feliz para a ERC nas eleições da Catalunha.