Antigo chefe de Estado tinha sido condenado por crimes contra a humanidade mas foi perdoado pelo atual presidente, um perdão presidencial que provocou muitas críticas dentro e fora do Peru.
O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori saiu, na quinta-feira à noite, em liberdade, da clínica em Lima para onde tinha sido transferido antes de ser perdoado pelo atual chefe de Estado. Fujimori tinha sido condenado por crimes contra a humanidade, mas recebeu o perdão presidencial de Pedro Pablo Kuczynski.
O antigo presidente saiu numa cadeira de rodas, acompanhado pelo filho mais novo e escoltado por polícias e guarda-costas.
Alberto Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra a humanidade, por ter ordenado o assassínio de 25 pessoas por um esquadrão da morte durante a guerra contra os guerrilheiros do Sendero Luminoso (extrema-esquerda maoísta).
Cumpriu 12 anos da sentença e a 24 de dezembro último foi perdoado por Kuczynski. A decisão provocou várias críticas no estrangeiro, demissões no Governo e desencadeou manifestações no país, durante as quais Pedro Pablo Kuczynski foi acusado de ter negociado o perdão em troca da sua manutenção no poder com o apoio do movimento político fundado por Fujimori.
Este perdão presidencial foi concedido três dias depois de o processo de destituição de Kuczynski ter sido chumbado no parlamento peruano, em parte devido à abstenção de Kenji Fujimori e de nove outros deputados do partido Força Popular.
O processo de destituição do Presidente foi pedido pelos alegados vínculos do Presidente peruano à empresa brasileira Odebrecht, que reconheceu ter feito pagamentos de cerca de cinco milhões de dólares a firmas diretamente ligadas a Kuczynski, na altura ministro (2004-2013).
Recorde-se que na campanha eleitoral de 2016, o Presidente do Peru, de 79 anos, tinha prometido não libertar Fujimori.
(com Lusa)