EUA e Lituânia acusam Moscovo de destabilizar segurança europeia
O porta-voz do Kremlin afirmou esta terça-feira que a deslocação de armamento no território russo "é exclusivamente uma questão soberana". Uma resposta à inquietude expressa no início da semana pelos Estados Unidos e países bálticos, depois da Lituânia ter acusado a Rússia de mover para o enclave de Kaliningrado, que faz fronteira com o país e a vizinha Polónia, mísseis táticos Iskander, com capacidade nuclear.
A vice-secretária-geral da NATO, Rose Gottemoeller, frisou na segunda-feira que "é um sistema com capacidade para ogivas tanto nucleares como convencionais. Esse tipo de dupla capacidade tem impactos potenciais para a estabilidade. Por isso, é muito importante para a capacidade de previsão e estabilidade e segurança de todos que os russos sejam bastante transparentes acerca do que estão a fazer com esse sistema".
Para Vilnius, a deslocação permanente do sistema de mísseis Iskander para Kaliningrado, expandindo a sua área geográfica de ação transforma "um problema regional" num "verdadeiro problema para a NATO".
A presidente lituana, Dalia Grybauskaite, sublinhou que "isto torna a situação ainda mais séria, porque Iskanders em Kaliningrado significa perigo para metade das capitais europeias".
Os Estados Unidos também consideram que se trata de um fator destabilizador para a segurança europeia.
Moscovo já tinha qualificado a Aliança Atlântica de "bloco agressivo" e vinculou o deslocamento de armas pesadas tanto para o enclave como para a península da Crimeia com o reforço da presença militar aliada perto das fronteiras russas.