Peritos da OPCW em Douma esta semana

Uma equipa de peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, sigla em inglês) deverá deslocar-se a Douma, na Síria, esta quarta-feira, depois de um alegado ataque com recurso a armas químicas, cuja responsabilidade é atribuída pelo Ocidente ao Governo de Bashar al-Assad.
Douma fica situada na região de Damasco, a cerca de 10 quilómetros a nordeste do centro da capital síria. Foi palco de intensos combates entre as tropas de al-Assad e rebeldes, sendo um dos mais importantes feudos contestarários na região.
Os Estados Unidos acusaram a Rússia de tentat bloquear a visita dos técnicos da OPCW ao local onde terá sido lançado o ataque no início desta semana. Washington diz ainda que forças russas e membros do exército sírio terão manipulado as provas existentes no terreno.
De acordo com o embaixador Kenneth Ward, representante dos EUA para a Organização Internacional para a Proibição das Armas Químicas, os russos terão estado no local onde ocorreu o ataque.
Moscovo rejeita as acusações dos EUA e culpa o que aconteceu no ataque lançado por Washington, Londres e Paris sobre zonas do território sírio onde os Ocidentais dizem que eram produzidas armas químicas. O bombardeamento teve lugar no passado sábado.
Tanto a Rússia como a Síria dizem não ter qualquer responsabilidade pelo alegado ataque com recurso a gás venenoso durante a ofensiva em Douma, que acabou com a tomada da cidade.
Agora, a União Europeia e os EUA preparam um novo pacote de sanções contra a Rússia, com o objetivo de pressionar o presidente da Federação, Vladimir Putin, um dos principais aliados de Bashar al-Assad.
De acordo com as organizações de ajuda humanitária presente no terreno, várias pessoas morreram, incluídas várias crianças. Foram partilhadas imagens de civis com espuma na boca, ao memso tempo que tentavam respirar.
Pelo menos meio milhão de pessoas morreram desde o início do conflito na Síria, que dura há mais de sete anos, num conflito onde várias potências regionais medem o seu peso e defendem os seus interesses. EUA, Turquia, França, Reino Unido, Rússia, Irão e Arábia Saudita jogam com os jiadistas do autoproclamado Estado Islâmico ou Daesh, assim como com os interesses dos curdos e das comunidades sunitas e chiitas, num equilíbrio geopolítico frágil e instável.
Inspetores da OPCW à espera
Os inspetores da OPCW, organização internacional fundada em Haia, em 1997, chegaram ao terreno na passada semana, mas só dentro de dois dias poderão visitar a cidade de Douma.
O grupo tem a missão de recolher provas para levar a cabo uma inspeção independente, pelo que o acesso sem qualquer tipo de limitações é essencial.
Deverão também ser contactadas possíveis testemunhas e recolhidos documentos para determinar se foram utiliuzados materiais banidos pela organização.