Chile, Brasil, Cuba e Noruega admitem receber processo de paz da Colômbia

Equador sob tensão após rol de atentados de um grupo dissidente colombiano
Equador sob tensão após rol de atentados de um grupo dissidente colombiano Direitos de autor REUTERS/Daniel Tapia
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De  Francisco Marques
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Presidente colombiano confirmou a oferta do governo chileno e acrescentou ter também recebido as outras três propostas para mediar as negociações com o grupo terrorista ELN

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O Chile juntou-se a Brasil, Cuba e Noruega no rol de países dispostos a mediar e serem anfitriões das negociações de paz entre o governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN), o segundo maior grupo rebelde colombiano depois das FARC e considerado terrorista inclusive pela União Europeia.

Desde fevereiro de 2017, as negociações com o infame grupo colombiano de extrema-esquerda têm vindo a acontecer em Quito, mas na quarta-feira o presidente Lenín Moreno deu ordens para que o processo deixasse de acontecer no Equador.

"Pedi à ministra dos Negócios Estrangeiros que pare com essas conversações e com o nosso estatuto de garante desse processo de paz enquanto o ELN não se comprometer a deixar de realizar atividades terroristas", afirmou Moreno, numa entrevista à Noticias RCN.

Questionado ainda quando teria efeito essa suspensão das negociações em Quito, o presidente equatoriano responde que "de seguida" acrescentando que o homólogo colombiano "já deveria estar a par" através da respetiva chefe de diplomacia, Maria Ángela Holguín.

As negociações em Quito já haviam sido suspensas este ano devido a uma onda de ataques em diversas partes da Colômbia relacionados a grupos com ligações ao ELN e que se têm aproximado das zonas fronteiriças com o Equador e a Venezuela.

A decisão equatoriana acontece num momento de particular tensão devido à ação violenta na região de um grupo armado liderado por um dissidente das FARC conhecido como "Guacho" e que é apontado como o braço armado do Cartel de Sinaloa.

O caso mais recente envolve o rapto de um casal equatoriano, cuja prova de vida, um vídeo, com uma mensagem dirigida ao presidente Lenín Moreno foi revelada terça-feira pelo ministro do interior do Equador.

Na mensagem lida, o casal de reféns fez saber que o grupo liderado por "Guacho" admite uma troca de prisioneiros, exigindo a libertação de alguns membros do grupo armado capturados detidos em diversas ações das autoridades locais.

O Equador tem inclusive em aberto uma recompensa de 100 mil dólares (cerca de 80mil euros) para informações que levem à captura de Walter "Guacho" Artizala, para o qual tem vindo a coordenar operações militares com a Colômbia na região entre ambos os países.

apesar de estes recentes atentados não estarem diretamente ligados ao ELN, o presidente do Equador entendeu ser a altura de se afastar do processo de paz na Colômbia.

Moreno pretende também alguma pressão sobre um grupo considerado terrorista inclusive pela União europeia, já com mais de meio século de existência, de orientação marxista-leninista, inspirado na revolução cubana, mas que pode também ter um papel importante na atividade do grupo.

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