Os irlandeses foram chamados, esta sexta-feira, às urnas, num referendo sobre a alteração à lei do aborto.
Após meses de campanha, o referendo sobre o aborto aconteceu, finalmente, na Irlanda. O país tem algumas das leis mais rígidas sobre a matéria. A proibição desta prática é quase total mesmo em casos de violação, incesto ou anomalias no feto.
6.500 assembleias de voto foram preparadas para receber os eleitores e a participação terá sido elevada.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, que exercia medicina antes de assumir a liderança do executivo, fez campanha para abolir a proibição, que considera problemática:
"Não quero tomar nada como certo, mas a afluência, em todo o condado parece-me elevada, por isso espero que seja o sim a ganhar", adianta Leo Varadkar.
Todos os anos, milhares de irlandesas viajam para o estrangeiro para abortar. Outras correm o risco de cumprir 14 anos de prisão, ao tomarem pílulas abortivas, que são seguras, mas ilegais, e que compram na Internet. Ainda assim, as opiniões dividem-se:
"Eu debati a questão durante muito tempo. É uma decisão difícil, mas eu sinto que não tenho o direito de tirar uma vida. Penso que a vida é sagrada e por essa razão tive que votar não", diz Vera Rooney, uma eleitora irlandesa.
"Eu voto a pensar em todas as mulheres, na Irlanda, que foram a outros países. Em todas as mulheres que foram prejudicadas pela oitava emenda e a pensar na minha filha, sobrinhas e todas as mulheres da Irlanda", explica Theresa Sweeney, outra irlandesa.
"Tudo aponta para que só haja um resultado final amanhã à noite, com a possibilidade de algumas recontagens. Esta questão dividiu, de facto, os eleitores, aqui na Irlanda, com um debate apaixonado, de ambos os lados", adianta Vincent McAviney, correspondente da Euronews.