Instabilidade em Itália provoca receios na Europa

Bandeiras de Itália e União Europeia hasteadas em Itália
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Parlamento Europeu defende a posição do Presidente Mattarella de não nomear para o Governo um economista anti-euro. Deputados defendem que é preciso reformas para que a crise num país não afecte a União Europeia.

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A crise institucional em Itália está a preocupar o Parlamento Europeu.

Os deputados saudaram a decisão do Presidente Italiano, Sergio Mattarella, de rejeitar a nomeação de um economista anti-euro para o Governo.

O alemão Udo Bullmann, do grupo dos Socialistas e Democratas, diz que seria um sinal errado que a Europa daria aos parceiros e que "Matarella fez um grande trabalho na defesa da sociedade e economia italianas e do futuro do seu país na Europa".

Quase três meses depois das eleições, a Itália continua sem governo. O Presidente nomeou o economista Carlo Cottarelli para formar um executivo provisório, mas a instabilidade já está a afetar os mercados financeiros.

Os investidores temem que os populistas ganhem força e queiram renegociar a enorme dívida pública do país. As consequências que daí resultariam seria extensíveis a toda a Europa, como explica Cinzia Alcidi, investigadora no Centro de Estudos Políticos Europeus.

"A crise na Itália não é apenas de reestruturação da dívida ou de um incumprimento em que todos os italianos perdem. É também uma ameaça a todo o projeto europeu e ao euro. A Itália é um dos países fundadores e a terceira economia do bloco com quase 20 por cento do produto interno bruto da União Europeia, por isso seria o futuro do euro e da União que estariam ameaçados."

Um impacto tremendo que é preciso transformar numa oportunidade como defende o líder da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa. O belga Guy Verhofstadt escreveu no twitter que "A crise governativa em Itália realça a absoluta necessidade de se reformar a zona euro. Com a atual governação intergovernamental, sempre que existe uma crise política, há pressão na zona euro."

Cinzia Alcidi acrescenta ainda que "A maioria das reformas implica adotar mecanismos que podem enviar um sinal positivo aos investidores, em vez de terem um impacto real a curto prazo na economia."

Cabe agora ao primeiro-ministro interino Cottarelli formar um Governo capaz de dar confiança às pessoas e acalmar os receios dos mercados, para que não se agravem as condições de financiamento do país que tem uma dívida de mais de dois biliões de euros.

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