O mandato do Governador já havia sido prolongado há um ano até junho de 2019 e pode voltar a ser esticado para ajudar a suavizar o impacto da saída britânica da União Europeia, mas nem isso "animou" a libra
O governador do Banco de Inglaterra (BoE, na sigla inglesa) confirmou esta terça-feira, perante a Comissão do Tesouro de Sua Majestade, estar em negociações com o Governo para prolongar o mandato além do limite fixado em junho do próximo ano.
A possibilidade já vinha a ser noticiada na imprensa britânica como estratégia do executivo conservador para encontrar um substituto à altura do desafio até junho de 2020.
O canadiano Mark Carney espera, com esta disponibilidade, poder ajudar tanto quanto possível a economia do Reino Unido a aguentar o impacto do divórcio com a União Europeia, marcado para 29 de março, e com uma perspetiva negativa.
"Penso que todos reconhecemos que um "brexit" sem acordo é uma possibilidade. As negociações estão a entrar numa fase crítica, existe ainda um vasto leque de eventuais desfechos e por vezes as coisas não evoluem como esperado", explicou o Governador do BoE, que logo após o referendo aceitou continuar no cargo para lá de junho de 2018 já devido às ondas de choque do processo de "divórcio" europeu em curso.
Assumindo "uma predisposição para fazer tudo o que for possível para ajudar no processo" de separação, Carney revelou ter debatido o eventual prolongamento de mandato com o ministro das Finanças, Philip Hammond, e previu para breve um anúncio sobre o tema.
Após a revelação do eventual prolongamento de mandato de Mark Carney no Banco de Inglaterra, a libra registou uma ténue recuperação, mas o dia ficou marcado pela maior queda, em três meses, da moeda britânica face ao euro provocada pela rejeição europeia da mais recente proposta britânica para o "brexit."