Renascer das cinzas na Grécia

Renascer das cinzas na Grécia
De  Euronews
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A Ática Oriental tenta regressar à normalidade, seis semanas depois de um incêndio ter devastado esta área da Grécia. A maior parte das árvores já foi cortada, os carros queimados removidos e os destroços das casas retirados, mas as feridas emocionais continuam abertas.

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A Ática Oriental tenta regressar à normalidade, seis semanas depois de um incêndio ter devastado esta área da Grécia. A maior parte das árvores já foi cortada, os carros queimados removidos e os destroços das casas retirados, mas as feridas emocionais continuam abertas. 

Kostas Botsos vive em Mati com a mãe de 92 anos. O fogo destruiu grande parte das suas casas, deixando-os sem um teto, mas também sem memórias de uma vida.

"Venho a casa todos os dias. Estou a viver num campo da força aérea, mas venho aqui para tentar organizar e fazer o que puder. Destruíram uma área lindíssima, muito verde, perto de Atenas. Tenho ódio dentro de mim contra toda a gente, porque eles não nos ajudaram. Quase 100 pessoas ficaram queimadas, sem qualquer razão", afirma Kostas.

A primeira coisa que os habitantes, como Despoina Deka, querem agora é colocar telhados nas casas que ainda estão de pé. Esta mulher está à espera da licença para começar a recuperação. "Estamos à espera do 'OK' do Estado para começarmos a reconstruir. Se não houver ajuda financeira, eu ponho o dinheiro, peço um empréstimo, porque preciso de cobrir a casa com um telhado, para a água não entrar. Vivo alguns dias aqui, outros com o meu sobrinho ou em casa dos meus filhos. Estou à procura de um apartamento para alugar, mas tudo é muito caro. Não encontro nada", diz.

Christina Anthimopoulou não ficou sem a casa, mas perdeu algo mais importante, impossível de recuperar. 7 dos seus vizinhos morreram no incêndio. "A vida agora é estranha, feia, difícil. Não é fácil passar por isto. Não é fácil de acreditar. Não posso acreditar que de manhã estávamos juntos e que poucas horas depois os perdemos e nunca mais os vamos ver. Eles não vão voltar. Temos uma amargura dentro de nós e perguntamo-nos por que é que eles nunca nos avisaram para sairmos... Além disso, eles não estão a vir limpar as casas que arderam... retirar o amianto, que é muito perigoso para a saúde. Não posso sair daqui. Não tenho para onde ir. Esta é a minha única casa. "

Os residentes de Mati escreveram uma carta ao primeiro-ministro grego, pedindo celeridade para as medidas para proteger a sua saúde e para as obras de reconstrução.

"Os médicos recomendaram aos residentes desta área para não voltarem a casa pelo menos durante dois meses, até a atmosfera estar limpa, mas alguns deles dizem que não conseguem estar longe. Por isso, vivem aqui ou vêm todos os dias para limpar ou consertar coisas. Todos dizem querer seguir em frente com as suas vidas", sublinha a correspondente da Euronews, Fay Doulgkeri.

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