Pontes europeias carecem de maior monitorização

Pontes europeias carecem de maior monitorização
De  Elena CavalloneIsabel Marques da Silva
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Pontes europeias carecem de maior monitorização

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Um mês depois da trágica queda da ponte de Génova, em Itália (14 de agosto), a euronews encontrou outros exemplos de fragilidade de infraestruturas semelhantes.

Construída em 1965, a ponte de Leverkusen, na Alemanha, foi interditada aos camiões com mais de 10 toneladas, em 2015.

Uma inspeção detetou centenas de fissuras na estrutura de aço e, desde então, que está a ser feito um reforço.

"O condicionamento desta ponte foi um grande alerta para os políticos, que a partir desse momento começaram a refletir sobre como financiar a manutenção das pontes", referiu, à euronews, Marcus Hover, consultor sobre Transportes e Logística.

"Já temos financiamento suficiente, mas chega algo tarde, porque agora temos obras de reparação em muitas pontes, o que agrava o congestionamento nas estradas", acrescentou.

Há um projeto para construir uma nova ponte até 2020, mas a economia local tem-se ressentido porque os serviços de transporte tiveram de encontrar alternativas que implicam mais tempo de deslocação.

"Muitas estruturas europeias construídas nos anos 60 e 70 revelam, atualmente, problemas de segurança. Isso deve-se, por um lado, à falta de manutenção. Por outro lado, a abertura das fronteiras, na década de 90, causou um grande o aumento no tráfego que desgastou estruturas que tinham sido projetadas para suportar menos pressão", explica a jornalista da euronews, Elena Cavallone.

Muitas infraestuturas datam do período pós-Segunda-Guerra Mundial, numa altura em que nem sempre foram usados os melhores materiais.

"Construiu-se em grande quantidade em muitos países europeus, mas sem o controle de qualidade como o que existe atualmente. É muito provável que se tenha usado cimento de qualidade inferior ao indicado", afirmou Guido De Roeck, professor de Engenharia Civil na Universidade Católica de Lovaina (Bélgica).

A tecnologia espacial fornece agora uma preciosa ajuda: o satélite Leonardo permitirá detetar oscilações graças aos sensores que começam a ser colocados nas pontes.

"No cenário ideal, toda as novas estruturas que vão sendo construídas já têm incorporados os sensores. Para todas as pontes mais antigas não é possível obter dados sobre o estado da ponte quando foi construída mas, ainda assim, pode acompanhar a evolução que vão sofrer no futuro", acrescentou Guido De Roeck.

O acidente em Génova, que causou quatro dezenas de mortos, foi dos mais graves da última década, na Europa, e fez aumentar a pressão sobre as autoridades públicas de vários países sobre a necessidade de novos investimentos.

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