A entrevista dos dois russos suspeitos de envenenamento dos Skripal provocou vivas reações por parte de Londres, que acusa a Rússia de "estar a mentir", classificando as declarações dos dois homens como "um atentado à inteligência".
Numa entrevista televisiva, os dois homens acusados pelo governo britânico de terem envenenado o antigo espião russo, Sergueï Skripal e a filha, em Inglaterra, alegam ter estado em Salisbury apenas como turistas.
Londres classificou estas declarações de "mentira" e "atentado contra a inteligência" das pessoas.
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, escreve num tweet que "é tempo de acabar com os falsos espetáculos televisivos".
Em resposta, a porta-voz da diplomacia russa questiona: "Em que se baseiam os britânicos para fazerem estas declarações? Trata-se de uma declaração política? Porque é que dizem que é uma mentira?"
Os dois homens dizem chamar-se "Rouslan Bochirov e Alexandre Petrov", o que levanta dúvidas a Londres.
Segundo a versão das autoridades britânicas, são agentes dos serviços de informação militar russo, GRU, e envenenaram Sergey Sripall e a filha, Iulia. Chegaram a Salisbury no dia 3 de março para observações e voltaram no dia 4, onde contaminaram a porta de entrada de casa de Sergueï Skripal com Novitchok, uma substância neurotóxica de origem soviética.
Os Skripal sobreviveram ao ataque. A crise diplomática entre a Rússia e os países ocidentais promete continuar. A administração de Donald Trump já tinha imposto, em agosto, uma primeira série de sanções a Moscovo, após ter chegado à conclusão que a Rússia estava por detrás deste caso. Na altura, Washington fixou um prazo de 90 dias às autoridades russas para provarem que já não utilizam armas químicas e biológicas.