Manifestação antifascista na ilha defende acolhimento dos migrantes, mas há também quem receie aumento da criminalidade.
Uma ilha, duas visões sobre os refugiados. Em Lesbos, na Grécia, os habitantes dividem-se sobre a contínua chegada de migrantes nos últimos anos.
Enquanto alguns declaram uma ilha de braços abertos, outros defendem que Lesbos não tem capacidade para acolher mais pessoas, sobretudo com a indefinição do conflito na Síria, que pode acarretar novo aumento no fluxo de migrantes. Entre os residentes, o maior receio é a criminalidade.
"Vemos confrontos nas ruas, sangue, tráfico de drogas, parece que a situação está mais uma vez fora de controlo. A verdade é que estou preocupado com o inverno, porque quando fica mais frio essas pessoas não poderão ficar nas ruas... estou preocupado que tentem abrigar-se em prédios abandonados para viver, e isto, como deve calcular, afeta a vida nos bairros", conta um residente à reportagem da euronews.
"Por vezes a situação fica fora de controlo e seria bom haver algum equilíbrio. É por isso que estamos a tentar expulsá-los e enviá-los para outro lugar", refere outra habitante da ilha.
Paralelamente, há ainda quem lembre que Lesbos é uma comunidade pequena e que a chegada repentina de estrangeiros altera a dinâmica social da ilha, embora se rejeite esse argumento para atos extremistas.
E foi contra os extremismos que centenas de pessoas se juntaram na cidade de Mytiline.
Como sinal de apoio aos migrantes, a manifestação antifascista assinalou também o quinto aniversário da morte do músico Pavlos Fyssas, assassinado em 2013 por um militante do partido de extrema direita Aurora Dourada, conhecido pela sua simpatia com posições nazi e anti-imigração.