Abertura das urnas foi adiada por uma semana na região depois do assassinato do General Abdul Razeq
A província de Kandahar, no Afeganistão, adiou, por uma semana, a abertura das urnas das eleições parlamentares. O processo eleitoral foi adiado como consequência do assassinato do General Abdul Razeq, comandante da polícia local e um dos mais altos chefes de segurança do Afeganistão.
"O povo de Kandahar não está moralmente pronto para votar"
Porta-voz da Comissão Eleitoral Independente doAfeganistão
Abdul Razeq foi morto esta quinta-feira num ataque talibã. Um dos guarda-costas abriu fogo contra um grupo de oficiais onde Razeq estava, juntamente com o General Scott Miller, comandante dos EUA e da NATO no Afeganistão, o qual não ficou ferido.
Porquê adiar?
Razeq era uma das figuras políticas mais poderosas do Afeganistão, com uma autoridade incontestável no sul do país. A decisão de suspender a votação na província de Kandahar surge em sequência do choque da população após a morte do General.
O povo de Kandahar "moralmente não está pronto para votar", admitiu Hafizullah Hashimi, porta-voz da Comissão Eleitoral Independente.
Os Talibã emitiram um novo aviso, já depois do atentado. Disseram ao povo afegão para "ficar em casa" e para "fechar as portas" porque eles vão estar a "controlar de perto todos os desenvolvimentos".
Segurança preocupa
O ato de violência faz duvidar de um futuro risonho no país, mas, para alguns analistas políticos, estas eleições funcionam como um passo para a mudança.
"A grande preocupação é a segurança, e as pessoas, ao votar, podem mudar a situação da segurança", admitiu Fariba Pajooh, analista político, em entrevista à Euronews.
"Os problemas económicos são muito importantes para o povo afegão, por isso, o povo pensa que ao enviar uma nova geração de candidatos para o parlamento isso possa melhorar a situação económica do país", concluíu.
Mudança que já acontece
O número de mulheres candidatas nestas eleições parlamentares é o maior de sempre na historia do país.
Apesar de aparecerem em poucos cartazes pelas ruas, são 417 as afegãs que dão a cara neste processo eleitoral.
À conta deste crescente número, crescem também as queixas de violência. Muitas das candidatas acreditam que correm risco de vida simplesmente por concorrerem às parlamentares.