Num estudo denominado Stimo, especialistas suíços da Escola Politécnica Federal e do Hospital Universitário de Lausanne uniram a estimulação elétrica a técnicas de fisioterapia, para que os pacientes com lesões na coluna possam voltar a andar com o mínimo de assistência.
Existe um novo método que ajuda pessoas paraplégicas a voltar a andar. Num estudo denominado Stimo, especialistas suíços da Escola Politécnica Federal e do Hospital Universitário de Lausanne uniram a estimulação elétrica a técnicas de fisioterapia, para que os pacientes com lesões na coluna possam andar com o mínimo de assistência - com a ajuda de muletas ou de um andarilho.
A localização e o momento exato da estimulação elétrica são fundamentais para que os pacientes façam o movimento pretendido. É esta coincidência espaço-temporal que desencadeia o desenvolvimento de novas terminações nervosas.
O neurocirurgião Grégoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, liderou o estudo clínico: "O fato dele tentar ativar os músculos e que a estimulação elétrica ative a mesma região da medula espinal... esta coincidência entre a entrada do cérebro e a estimulação faz com que os nervos ativem exatamente nessa localização."
Uma semana após o início do tratamento, os resultados começaram a ser visíveis e três pacientes recuperaram o controlo voluntário dos músculos das pernas.
Esta técnica inovadora foi testada em ratos, em 2014 e em macacos, em 2016. Chegou agora aos humanos e os resultados foram publicados nas revistas científicas Nature e Nature Neuroscience.
Apesar do sucesso, o líder do estudo mostra-se cauteloso e diz que ainda há muito para fazer. Para que a probabilidade de recuperação seja maior, o próximo passo para a equipa de cientistas é aplicar o método logo após uma lesão.