Dia crucial para a primeira-ministra britânica, que precisa de convencer os seus ministros reunidos esta tarde em Londres acerca do "acordo técnico" sobre o Brexit alcançado ontem com Bruxelas
O futuro do Brexit e, possivelmente, da própria primeira-ministra britânica estará em jogo no Conselho de Ministros desta tarde em Londres.
Theresa May terá de convencer os membros do governo, em particular os mais eurocéticos, a aprovarem o "acordo técnico" alcançado ontem com Bruxelas sobre o tratado que definirá os termos da saída do Reino Unido da União Europeia.
Apesar dos detalhes do acordo, que resolverá nomeadamente a questão da fronteira irlandesa - um os principais obstáculos -, não terem sido divulgados, para os defensores do chamado "hard Brexit" é já inaceitável.
O ex-chefe da diplomacia britânica Boris Johnson diz que "foi amplamente discutido e é o que devem fazer é dizer à primeira-ministra que não será aceitável fora da Câmara dos Comuns, ou para o povo britânico, porque não cumpre claramente o mandato dado pelo povo britânico em 2016".
O deputado eurocético conservador Jacob Rees-Mogg afirma que este acordo se traduziria num "Estado vassalo e num falhanço na posição de negociação do governo e no cumprimento do Brexit".
De Bruxelas para já a posição é de silêncio total, embora o jornal Público tenha indicado que ontem não chegou nenhum texto definitivo às representações permanentes dos Estados-membros da UE para uma primeira apreciação.
Se May conseguir convencer os ministros, poderá desbloquear a possibilidade da convocação de uma cimeira dos Vinte e Sete sobre o Brexit para breve.
Mas não significa que a chefe do governo britânico estará livre de preocupações, já que qualquer acordo deverá ser aprovado no Parlamento em Londres, onde uma votação favorável está longe de ser um dado adquirido.