Deputados britânicos temem pela segurança em Westminster

O caminho para o trabalho está cada vez mais difícil em Westminster. Quem o diz é o líder do parlamento britânico, que denuncia o assédio e abuso verbal dos quais vários deputados têm sido objeto.
Anna Soubry, conservadora anti-Brexit, é o mais recente alvo. Em plena entrevista a um canal de televisão, foi abordada por opositores às ideias que defende.
"Oponho-me a ser chamada de nazi. Peço desculpa, mas acho isto incrível! Foi isto que aconteceu ao nosso país! Foi isto que aconteceu ao nosso país...", lamentou a deputada, interrompendo a resposta que dava.
O clima de tensão é crescente. O elevado número de ofensas às portas do Palácio de Westmisnter levou mais de 60 parlamentares a assinarem uma carta dirigida ao chefe da polícia londrina.
No documento, invocam a deterioração da ordem e segurança públicas pela mão de membros da extrema-direita para apelar a um reforço policial e ao impedimento de "atos potencialmente criminais".
Em resposta à carta, as autoridades dizem estar a investigar se foram cometidos crimes.
Com a votação no parlamento para a saída do Reino Unido da União Europeia agendada para 15 de janeiro, vários canais de televisão montaram estúdios temporários no exterior do Palácio de Westminster. Vários deputados confessaram já, em privado, recearem dar entrevistas naquele espaço.
Em clima de incerteza quanto ao Brexit, deputados contra e a favor lembram o homicídio da deputada trabalhista e pró-Europa Jo Cox e lamentam sentirem-se inseguros.