Com Theresa May a multiplicar consultas numa corrida contra o relógio para estabelecer o "plano B" para o Brexit, ex-chefe da diplomacia britânica Boris Johnson defende que chegou o momento de obter mais concessões de Bruxelas
A primeira-ministra britânica multiplica contactos em Downing Street e por telefone com responsáveis europeus, na corrida contra o relógio para estabelecer o "plano B" para o Brexit, que deve apresentar no Parlamento de Westminster na segunda-feira.
Theresa May tem consultado membros do governo e da oposição e esta sexta-feira telefonou ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Para o antigo chefe da diplomacia Boris Johnson, May deve exigir melhores condições a Bruxelas:
"Independentemente do que digam os nossos amigos e parceiros, penso que eles serão mais flexíveis porque, se virmos a forma como trabalha a UE, é só nos últimos dias e semanas que as grandes concessões são feitas. E com as suas economias a tropeçar um pouco agora, com o excedente comercial de 95 mil milhões de libras que têm connosco apenas em bens, penso que têm um forte incentivo para nos darem ouvidos."
A outra grande voz a favor do Brexit, o deputado europeu e líder eurocético Nigel Farage acredita que os verdadeiros inimigos do divórcio com Bruxelas estão no centro do poder britânico, dentro do parlamento:
"Quem são os verdadeiros inimigos neste processo do Brexit? São os burocratas não eleitos? O eurodeputado em Bruxelas? Os que tentam construir uns Estados Unidos da Europa, com o seu próprio Exército e a sua política estrangeira expansiva? Não! Na realidade estamos aqui, em Westminster, em pleno território inimigo!"
A favor ou contra o Brexit, os eleitores britânicos estão cada vez mais impacientes para conhecer o seu destino, a menos de 70 dias da data agendada para a saída da União Europeia. Mas há poucos indícios de progressos significativos nas discussões até que o debate volte ao parlamento britânico, na próxima semana.