Milhares de pessoas continuam a manifestar-se pela demissão do presidente Jovenel Moise e contra a corrupção sistémica. Após uma semana de protestos onde morreram, pelo menos, nove pessoas, a crise política agrava-se.
A crise política no Haiti agrava-se após uma semana de protestos violentos que provocaram pelo menos nove mortos.
Manifestantes entraram em confronto com a polícia, esta quarta-feira, em Port-au-Prince, enquanto milhares de pessoas marcharam em protesto contra o presidente Jovenel Moise e a corrupção sistémica.
Os manifestantes, na sua maioria homens jovens, saíram em massa para as ruas da capital para insistir na demissão do Presidente.
Um homem morreu, esta quarta-feira, e várias pessoas, incluindo um jornalista, ficaram feridas durante os violentos confrontos entre os manifestantes e a polícia nas proximidades do Palácio Nacional.
Os protestos são convocados pelo Setor Democrático e Popular, composto por líderes de partidos da oposição e por grupos populares.
O país caribenho enfrenta uma importante crise económica que se agravou com uma acentuada depreciação do gourde, a moeda oficial.
No Haiti, mais da metade dos 11 milhões de habitantes sobrevivem com menos de US $ 2 por dia.
Os manifestantes também pedem justiça nas alegadas irregularidades no programa Petrocaribe, através do qual a Venezuela fornece petróleo ao Haiti a preços baixos.
Uma auditoria apresentada, na semana passada, pelo Tribunal de Contas revelou irregularidades entre 2008 e 2016 neste programa e indicou que 15 ex-ministros e atuais funcionários estavam envolvidos neste caso, assim como uma empresa liderada por Moise antes de chegar à presidência.
Dado o panorama de incerteza e insegurança, muitas embaixadas, incluindo as de Espanha e México, suspenderam o serviço consular, enquanto outras, como as do Canadá e República Dominicana, fecharam.