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Crise no sistema de saúde da Venezuela: hospitais vivem situação de emergência

Crise no sistema de saúde da Venezuela: hospitais vivem situação de emergência
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De Anelise Borges & Monica Carlos
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Hospitais venezuelanos enfrentam um défice de aprovisionamentos básicos, desde a falta de material clínico - como gaze, luvas, e soro - até carências fundamentais, como os antibióticos.

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A crise económica e política na Venezuela está a agravar uma situação já de si devastadora. O sistema público de saúde está práticamente em colapso: os hospitais venezuelanos enfrentam um défice de aprovisionamentos básicos, desde a falta de material clínico - como gaze, luvas, e soro - até carências fundamentais, como os antibióticos.

Um médico concordou em mostrar a Anelise Borges a situação que se vive nos serviços públicos de saúde, em tempos um modelo de referência na América Latina. “Se um doente precisar de um medicamento determinado e este não estiver disponível no hospital, tem que pedir-se ao paciente para procurá-lo. E se este não conseguir encontrá-lo, teremos que dar-lhe outro medicamento mesmo que não seja o mais apropriado. E esse medicamento também muitas vezes acaba ... e assim ficamos sem medicamentos básicos, tal como sem instrumentos fundamentais, como para casos graves de cirurgia, como uma cirurgia cardíaca, por exemplo," explicou José.

Esta é uma situação que o governo venezuelano prefere ocultar. "Cerca de 35 bebés morreram aqui entre novembro e dezembro. Por falta de medicamentos. O hospital não tem fórmula infantil. Também não há garrafas suficientes e por isso a mesma garrafa é compartilhada por uns 30 bebés," revela o médico à entrada do departamento de obstetrícia.

Papeís afixados nas paredes indicam os materiais em falta, para que os pacientes saibam o que trazer consigo para o hospital: fraldas, desinfetantes e toalhas, entre outros.

A farmácia do hospital está fechada - e, de acordo com os médicos, práticamente vazia.

A unidade de cuidados intensivos de neurocirurgia tem apenas uma cama. E os ventiladores não funcionam.

O tio de Nataly Castro foi internado aqui na semana passada. "Quando se está numa situação precária de saúde apercebemo-nos da grave crise que estamos a enfrentar. Tive aqui enfermeiras que me disseram que têm o antibiótico que o meu tio precisa e que me sugeriram oferecer um pouco de leite ao hospital em troca. O que demonstra a situação complicada que se vive na Venezuela, trocam-se alimentos por medicamentos," explicou Nataly Castro.

Os hospitais venezuelanos oferecem um retrato fiél da vida e do abandono no país.

"Algumas camas não têm colchões ... as casas de banho não têm água corrente ou eletricidade," comenta Rafael, que foi operado a um cancro mas adoeceu de novo. Com uma pensão de 18.000 bolívares, a sua mãe garante que não poderá pagar muitos dos exames de que Rafael necessita.

A saúde dos venezuelanos tornou-se uma questão política mas Nicolás Maduro nega a existência de uma crise, que diz fazer parte do plano da oposição para desmoralizar a sua administração.

A oposição afirma que o país precisa desesperadamente de ajuda, tendo lançado um apelo e recebido toneladas de alimentos e remédios que estão agora detidos, sob forte vigilância, na fronteira da Venezuela com a Colômbia.

No hospital pediátrico os médicos vão interromper funções para protestar contra os medicamentos que estão detidos na fronteira, em Cúcuta. Para o bem dos seus doentes e também das suas próprias famílias.

À medida que a situação política na Venezuela se agrava, o serviço nacional de saúde do país, tal como muitas de suas instituições, parece estar à beira do abismo.

E o tempo não ajuda quem se encontre neste momento numa infeliz condição de doença.

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