Campanha fica marcada pelo Acordo de Prespa com a Grécia, que impôs uma mudança no nome do país para desbloquear a eventual adesão à União Europeia, mas nem todos estão contentes
A Macedónia do Norte enfrenta este domingo a sexta eleição presidencial desde a independência da antiga República Federal da Jugoslávia.
É também a primeira chamada às urnas da população desde que o governo ratificou com a Grécia o acordo que impôs a mudança de nome do país para desbloquear a eventual adesão à União Europeia, num processo que não é unânime.
Três candidatos estão na corrida para suceder ao atual chefe de Estado, Gjorge Ivanov, impedido de repetir uma vez mais o mandato iniciado em 2009.
Um dos pontos mais sensíveis da campanha tem sido o Acordo de Prespa, mas também as reformas assumidas pelo atual governo liderado pelo social-democrata Zoran Zaev.
O candidato da coligação governativa, Stevo Pendarovski, espera congregar diferentes grupos étnicos num mesmo projeto apontado à União Europeia.
"Se a minha candidatura tiver o apoio da maioria dos habitantes da Macedónia do Norte, isso representará um impulso importante para as reformas em curso e para as necessidades europeias da região. E, claro, irá transmitir aos outros países que esta é a forma de progredir: Resolvendo as chamadas disputas históricas que infelizmente ainda perduram, como por exemplo os recentes problemas de Pristina", afirmou Pendarovski à Euronews.
O principal adversário será a candidata do partido nacionalista VMRO-DPMNE, principal força da oposição.
Professora universitária, Gordana Siljanovska Davkova acredita que o Acordo de Prespa, condicionado pela alteração do nome do país, é degradante para a nação e como tal deve ser revisto.
"As políticas deles ignoram totalmente o desmoronamento da lei internacional obrigatória apesar de ser um valor fundamental da ordem constitucional. E isso tudo em nome do Acordo de Prespa e das relações de boa vizinhança, mas as relações de boa vizinhança não se constroem com dignidade esquecida", afirmou Gordana Siljanovska Davkov, durante um discurso de campanha.
O terceiro candidato na corrida é o independente Blerim Reka. De etnia albanesa, foi embaixador da Macedónia do Norte na União Europeia, apoia o Acordo de Prespa, mas é um crítico do governo, em particular das reformas judiciais.
"É tempo da Macedónia começar a construir uma república baseada num estado de direito, que combata a corrupção e o crime organizado. Mas também com reformas na administração pública.
Acredito que só com estas três ou quatro precondições podemos aspirar a ser um dos membros da União Europeia", defendeu Blerim Reka, em declarações à Euronews.
O nosso enviado espacial a Skopje conta-nos que este "escrutínio vai assumir-se também como um barómetro do apoio popular ao Acordo de Prespa, que veio pôr fim a uma longa disputa com a Grécia por causa do nome Macedónia."
"A implementação deste acordo é vital para as ambições da Macedónia do Norte de vir a receber em junho luz verde do Conselho Europeu para começar as negociações de adesão à união Europeia", conclui Borjan Jovanovski.