O presidente brasileiro disse que "todos são suspeitos" mas apontou o dedo em particular às organizações não-governamentais. Nos últimos dias, Bolsonaro autodenominou-se, ironicamente, Capitão Motosserra e Nero
Os ecologistas denunciam um "holocausto ambiental" na Amazónia, que ameaça a civilização. O presidente brasileiro, por outro lado, diz que não tem provas mas que as organizações não-governamentais (ONGs) podem estar por trás de queimadas na região amazónica para "chamar atenção" contra o Governo brasileiro.
Enquanto prossegue o fogo cruzado de acusações, o ar torna-se irrespirável para as tribos indígenas.
Este ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil registou um aumento de cerca de 83% nos incêndios em comparação com igual período de 2018. A amplitude dos fogos, que têm consumido vastas áreas de floresta, obrigou algumas regiões a declarar estado de emergência. Esta foi já considerada a pior vaga de incêndios em sete anos.
Em São Paulo, às 15h00 desta segunda-feira, o dia mais parecia noite porque uma frente fria encontrou-se com massa de ar que continha partículas de incêndios florestais na Amazónia.
A 13 de agosto, centenas de mulheres indígenas marcharam por Brasília para alertar para os direitos das tribos locais e sobre a desflorestação. O protesto tem agora com eco nas redes sociais à escala global. No Twitter, multiplicou-se o hashtag #PrayForAmazonas.
O presidente Jair Bolsonaro diz que não tem recursos para combater os fogos. A imprensa brasileira está a divulgar documentos do Governo com planos de Bolsonaro para abrir concursos para a construção e exploração de grandes barragens de produção de energia elétrica na zona da Amazónia.