Suicida-se uma pessoa a cada 40 segundos

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De  Maria Barradas com OMS
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800 mil pessoas suicidam-se todos os anos. A OMS pede aos governos que incluam estratégias de prevenção nos programas nacionais de educação e saúde.

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800 mil pessoas põem fim à vida todos os anos. Um suicídio a cada 40 segundos. Números alarmantes saídos do relatório da OMS. O documento revela que 79% dos suicídios ocorrem em países de baixo e médio rendimento. Mas, nos países ricos, há uma grande incidência entre os jovens dos 15 aos 19 anos.

"Um jovem que sofre nem sequer pode mostrar o sofrimento, porque a nossa sociedade diz que temos que estar sempre felizes. Isso junta-se ainda ao sofrimento de base. Teria que haver uma intervenção com uma visão mais global, mais agentes sociais e mais profissionais de saúde mental acessíveis a todo o tipo de população, especialmente aos adolescentes", diz a psicóloga especializada em adolescência, Nuria Iranzo Perez.

O suicídio está muitas vezes relacionado com doenças mentais ou traumas pessoais, mas as condições de trabalho podem também ter um papel de relevo, especialmente em setores com elevados níveis de tensão como é o caso das forças de segurança. Vincent Gilles, presidente do sindicato de polícia da Bélgica - SPFL, fala do fenómeno: "Os polícias todos os dias acumulam uma enorme carga psicossocial que não é tida em conta pelas instituições da polícia, pelos responsáveis e, por isso, só podem contar com eles próprios para evacuarem essa carga psicológica. Alguns fazem muito desporto - isso ajuda-os - outros falam com o companheiro ou a companheira; outros, infelizmente, numa determinada altura, não aguentam e suicidam-se.

São necessárias estratégias de prevenção

A OMS apelas aos governos que incluam estratégias de prevenção nos programas nacionais de saúde e educação. Até agora, só 38 países o fizeram. Tem havido progressos, mas é necessário fazer muito mais.

"Apesar do progresso, uma pessoa ainda morre a cada 40 segundos de suicídio. Cada morte é uma tragédia para a família, amigos e colegas. No entanto, os suicídios são evitáveis. Apelamos a todos os países para que incorporem estratégias comprovadas de prevenção do suicídio em programas nacionais de saúde e educação de forma sustentável", disse o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no dia 10 de setembro, dia em que se assinalou o Dia  Mundial da prevenção do Suicídio.

Na mesma data foi lançada a campanha "40 segundos de ação", em colaboração com vários atores globais - Federação Mundial de Saúde Mental, Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e United for Global Mental Health - que decorre até ao dia 10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental, também dedicado, este ano, à prevenção do suicídio.

Segundo a OMS, os métodos mais comuns de suicídio são o enforcamento, o envenenamento com pesticidas e o uso de armas de fogo. As principais intervenções que têm mostrado sucesso na redução de suicídios são: restrição de acesso aos meios; educação dos media no sentido de produzirem reportagens responsáveis sobre o suicídio; implementação de programas entre os jovens para desenvolver habilidades para a vida que lhes permitam lidar com o stress da vida; e identificação precoce, gestão e acompanhamento de pessoas em risco de suicídio.

É necessário melhorar a qualidade dos dados e a informação

O registo atempado e a monitorização regular do suicídio a nível nacional constituem a base de estratégias nacionais eficazes de prevenção do suicídio. No entanto, apenas 80 dos 183 estados-membros da OMS para os quais foram produzidas estimativas em 2016 tinham dados de registo vitais de boa qualidade. A organização lembra que uma melhor vigilância permitirá estratégias mais eficazes de prevenção do suicídio e uma comunicação mais precisa dos progressos realizados na consecução dos objetivos globais.

Suicídios em Portugal abaixo da média europeia

Segundo um estudo do Institute for Health and Metrics Evaluation, em  Portugal registaram-se   7,3 óbitos por cada 100 mil habitantes, em 2016 - bem abaixo da média europeia que ronda os 11. Em 2017 houve um ligeiro aumento, para oito mortes por cada 100 mil habitantes.

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