Trabalhistas questionam "Operação Yellowhammer"

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Direitos de autor UK Parliament/Jessica Taylor/Handout via REUTERS
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De  Euronews
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Deputados trabalhistas têm dúvidas sobre plano do governo britânico para depois do Brexit. Mas, com o parlamento suspenso, a oposição não tem como questionar o primeiro-ministro.

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Os deputados britânicos não estão contentes com "Yellowhammer". O documento elaborado pelo governo de Boris Johnson com diretrizes para depois do Brexit dirigidas aos funcionários públicos está a ser alvo de críticas, sem poder ser confrontado pela oposição. Os parlamentares foram suspensos das funções e as dúvidas sobre o cenário a partir de novembro são muitas.

"Precisamos de comparar o que os ministros disseram com o que realmente está em Yellowhammer, porque duvido de que algumas das declarações feitas ao Parlamento correspondam ao que está no relatório, ou façam jus ao documento. É por isso que nos zanga tanto o Parlamento ter sido suspenso, porque, neste momento, eu deveria estar no Parlamento com a capacidade de interrogar o primeiro-ministro e os ministros", criticou o deputado trabalhista John Macdonnell.

Os conservadores do lado do primeiro-ministro britânico põem água na fervura. Dizem que o plano de contingência pode mesmo vir a prevenir as eventuais consequências de um Brexit sem acordo.

De acordo com o ministro responsável pelo planeamento do Brexit, Michael Gove, "a 'Operação Yellowhammer' dá-nos o pior cenário possível. Foi elaborada para que o governo possa planear e proceder com vista a mitigar qualquer uma daquelas consequências.

Com a pasta da saída da União Europeia sem acordo nas mãos, Gove defende o documento divulgado pelo executivo. "Ao longo das últimas seis semanas, este governo deu passos importantes no sentido de assegurar que, em caso de Brexit sem acordo, possamos sair da forma mais segura e tranquila possível. Mas, claro, é importante dizer que estamos a lutar para chegar a um acordo", esclareceu.

O documento divulgado esta quinta-feira sugere que, num cenário de saída sem acordo da União Europeia, o Reino Unido a sofrer de escassez de produtos alimentares e medicamentos. Uma ameaça que para alguns especialistas não está a ser levada a sério.

O neurocirurgião David Nicholl é um dos críticos da atuação do executivo de Johnson. O médico foi consultor do governo para para a "Operação Yellowhammer", mas acredita que os especialistas não estão a ser realmente ouvidos.

"Quando pessoas como eu, especialistas, aconselham o governo e planeiam mitigar as consequências, isso não é espalhar o medo, é darmos uma opinião transparente aos governos. Se optam por ignorar, a responsabilidade é toda deles. Mas não faço ideia de se o que sugeri em março foi posto em prática. O que sabemos é que Ordem dos Médicos, da qual faço parte, ainda não foi abordada para atualizar a 'Operação Yellowhammer'. Toda esta conversa de que tiveram muito trabalho, não acredito que estejam a falar com especialistas", lamentou Nichol, em entrevista à Euronews.

Outra das possíveis consequências do Brexit, diz o documento oficial, é a realização de protestos, que podem vir a por em causa a ordem pública.

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