Finlândia cria relator contra violência doméstica

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De  Isabel Marques da SilvaJack Parrock
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Finlândia cria relator contra violência doméstica

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Ulla Köykkä voltou à casa que lhe salvou a vida, há um ano, escapando à violência do homem com quem vivia há seis e com o qual criava dois filhos, para falar sobre violência doméstica.

"Eu tenho que defender os meus filhos. É triste que eu não sentisse que tivesse de me defender a mim própria, mas era muito forte a vontade de defender os meus filhos", contou, em entrevista à euronews.

O companheiro controlava toda sua existência, desde o vestuário, atividades ou gastos financeiros. Ulla Köykkä apreciou o apoio no refúgio, mas critica a falta de compreensão da polícia.

Essa foi, também, a mensagem enviada ao governo da Finlândia pelo Conselho da Europa, instituição dedicada à proteção dos direitos humanos.

"Vimos que muitas medidas na Finlândia são estruturadas de maneira neutra em termos de género. Em muitos casos, isso não permite que as experiências específicas das mulheres sejam mais visíveis e impede que suas necessidades sejam atendidas", explicou Iris Luarasi, do Conselho da Europa.

Cerca de 130 mil pessoas, na maioria mulheres, são vítimas de violência doméstica na Finlândia, todos os anos. O país assinou a Convenção de Istambul de 2011, um compromisso internacional para combater a violência doméstica.

Mas o relatório do Conselho da Europa diz que as penas para crimes desta natureza são muito mais baixas do que noutros países signatários. O governo anunciou que vai convidar um relator especial para analisar a violência contra as mulheres.

As autoridades finlandesas realçam que, nos últimos três anos, aumentou substancialmente o financiamento da linha de apoio 24 horas e de outros serviços.

"O governo concede financiamento a todas casas de refúgio na Finlândia. Alem disso, aumentámos para o dobro o número de lugares nessas casas, que podem acolher um pouco mais de 200 famílias", disse Johanna Hietamäki, do Instituto Nacional de Saúde e Segurança Social.

Ulla Köykkä quer voltar à sua carreira na área do marketing, mas também é voluntária em instituições de caridade que ajudam mulheres vítimas de violência a obter segurança e liberdade.

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