Consenso sobre orçamento da UE será um "milagre"

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De  Isabel Marques da Silva
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Consenso sobre orçamento da UE será um "milagre"

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Na fria e cinzenta Bruxelas, o Edifício Europa deverá fervilhar de intensa atividade política e mediática nos próximos dois dias. Os líderes da União Europeia estão muitos divididos sobre o montante e a forma de dividir o dinheiro que vai ser investido, nos 27 países, nos próximos sete anos.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, está ciente da difícil mediação que enfrenta: "Há muitas preocupações, muitas prioridades e interesses. A minha abordagem vai ser tentar aproximar os pontos de vista por forma a podermos tomar uma uma decisão juntos. E sei bem que os últimos esforços para alcançar um compromisso são sempre os mais difíceis. No entanto, acho que está em cima da mesa tudo o que é necessário para poder tomar uma decisão".

Áustria, Países Baixos, Suécia e Dinamarca são alguns dos países que mais contribuem para o orçamento e que não querem ter de compensar o "buraco" deixado pela saída do Reino Unido.

"Queremos poupar dinheiro. Não queremos que as verbas pagas pelos países contribuintes líquidos aumentem sem limites. Representamos os interesses de nossos contribuintes. A mais recente proposta do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, é que se gaste 1,07% do rendimento nacional bruto da União. Isso vai na direção certa", disse o chanceler austríaco, Sebastian Kurz.

Do outro lado da chamada barricada "frugal" está a chamada barricada "amiga da coesão", com países que estão contra cortes nos fundos para a coesão e para a agricultura, por forma a alcançar as tais poupanças.

"Será uma discussão complicada. A minha posição ficou clara desde o início. Não podemos esperar fazer mais com menos", afirmou Kyriákos Mitsotákis, primeiro-ministro grego.

Agricultores manifestam-se em Bruxelas

Os cortes nas chamadas políticas tradicionais seriam a forma de arranjar dinheiro para outras áreas tais como a migração ou a defesa. Um grupo de agricultores veio até perto do local da cimeira para protestar contra essa ideia.

"Penso que devem proteger a Política Agrícola Comum. Já chegaram a acordo sobre um pacto ecológico para União Europria e isso vai exigir maior ambição no setor agrícola", disse uma manifestante.

Muitas vozes e muitas pressões poderá implicar muitas horas de trabalho. Esta poderá ser uma longa cimeira, sendo que ninguém se atreve a antever quando poderá estar concluída.

"Se amanhã de manhã, ou ao longo do dia de amanhã, conseguirmos obter um acordo, isso seria algo muito próximo de um milagre. Contudo, nunca se deve subestimar o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, neste tipo de negociação", vaticinou Johan Van Overtveldt, presidente da comissão dos Orçamentos do Parlamento Europeu.

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