Medidas decididas devido aos receios do coronavírus terão forte impacto no turismo e no mercado de trabalho
Os receios face à epidemia de coronavírus levaram a Rússia a bloquear, a partir desta quinta-feira, a entrada a cidadãos chineses, independentemente dos custos para o setor do turismo e do impacto no mercado de trabalho.
Oficialmente, já não há qualquer contaminado com o Covid-19 no território russo, desde a alta hospitalar dada, na semana passada, a dois pacientes chineses.
Tatiana Golikova, vice-primeira-ministra russa: "Temos o surto de febre sasonal e, devido ao facto de que as nossas organizações médicas já estão sobrecarregadas neste período, pensámos que era necessário endurecer as regras, até que a China adapte as medidas restritivas necessárias."
Moscovo já tinha fechado os mais de 4000 quilómetros de fronteira terrestre com a China, cortado as ligações ferroviárias e restringido o número de voos de e para cidades chinesas.
Ivan Vvedensky, presidente da Comissão de Apoio e Desenvolvimento do Turismo: "No início de janeiro as nossas previsões eram mais otimistas, pensávamos que o mercado iria recuperar até ao verão, mas agora percebemos que esta época turística está arruinada."
O Kremlin precisou, no entanto, que o bloqueio aos cidadãos chineses é parcial e afeta os que viajam por turismo ou motivos privados e os que requerem vistos de estudante ou trabalho. Os que pedem vistos de negócios, de trânsito, humanitários ou oficiais poderão continuar a entrar em território russo.
Galina Polonskaya, euronews: "Os arredores do Kremlin estão particularmente vazios, em contraste com os grupos de turistas chineses que aqui se encontram habitualmente. As novas medidas afetam não apenas o setor do turismo russo que aposta claramente na China, mas também outras áreas, como a agricultura, que incorporam um grande número de trabalhadores chineses. Para já, é difícil medir o impacto real das medidas de bloqueio."