Demolição do Teatro Nacional de Tirana gera protestos na Albânia

Bastaram meia dúzia de segundos para começar a deitar por terra o Teatro Nacional de Tirana e, com ele, as esperanças de dezenas de artistas e opositores do governo albanês.
O executivo planeia ver construídas no mesmo sítio infraestruturas modernas e as autoridades da cidade acabaram por aprovar a demolição.
Este domingo, às 4h30 da manhã, hora local, começavam os trabalhos, rodeados por um cordão policial. para evitar a perturbação dos ativistas.
Para Lulzim Basha, o líder do Partido Democrático da Albânia, ao centro direita, a ação do governo "é uma injustiça e a violência vai continuar até que o governo se vá embora". Os manifestantes contam ainda com o apoio do presidente do país, Ilir Meta, que já classificou a demolição como "um ato ordenado pela máfia" e "um crime constitucional".
Mas para o primeiro-ministro albanês, o socialista Edi Rama, o equipamento não tinha qualquer valor, nem reunia as condições técnicas e de segurança mínimas.
Artistas e simpatizantes lamentam a perda de património histórico. O Teatro Nacional de Tirana era uma herança da ocupação fascista e nazi, tendo passado para as mãos dos albaneses, no fim da Segunda Guerra Mundial, passando então, sob o regime comunista a Teatro Popular. O atual nome só seria dado em 1991, após a queda do comunismo no país.