Substância tinha sido suspensa há uma semana e meia no tratamento para a Covid-19
Organização Mundial de Saúde deu ordem para que se retomem os ensaios clínicos com hidroxicloroquina nos doentes com Covid-19. Os testes foram suspensos na sequência de um artigo de 22 de maio, publicado na revista The Lancet, que não só declarava que o medicamento era ineficiente no combate ao novo coronavírus, mas chegava ao ponto de dizer que poderia ser prejudicial para os doentes.
Um estudo agora contestado e que levou o comité de segurança da OMS a voltar atrás. O diretor da organização esclarece que foi dada ordem para manter os testes de todos os medicamentos, incluindo a hidroxicloroquina.
As dúvidas sobre as conclusões de falta de eficácia do medicamento foram levantadas pela revista científica que publicou o artigo da polémica. A The Lancet questiona agora o relatório da Surgisphere, a empresa norte-americana que esteve na origem a análise que suspendeu os ensaios.
Hidoxicloroquina: um termo que entrou no léxico comum durante a pandemia
Donald Trump apresentou o medicamento como panaceia para o novo coronavírus; Jair Bolsonaro deu ordens para que fosse utilizado de forma massificada no tratamento da doença no Brasil.
Depois das dúvidas levantadas, o uso passou a ser desaconselhado pela OMS. Várias autoridades nacionais, como a Direção geral de saúde em Portugal suspenderam a utilização no tratamento para a Covid-19.
Os ensaios clínicos estão a ser feitos em 3500 pacientes de 35 países.