Reforma agrícola poderá beneficiar pequenos produtores

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Direitos de autor Kay Nietfeld/(c) Copyright 2020, dpa (www.dpa.de). Alle Rechte vorbehalten
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De  Joao Duarte Ferreira
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Ambientalistas afirmam que produção intensiva de gado pode potenciar futuras pandemias

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Os sistemas europeus de vigilância sanitária tentam avaliar todas as fontes possíveis de novas epidemias.

As ONGs apontam o dedo aos riscos associados à produção industrial de carne e de lacticínios.

A organização para a defesa do ambiente Greenpeace não considera o setor como uma ameaça direta mas sublinha o papel acelerador que a criação intensiva de gado pode desempenhar no contexto de uma pandemia.

A ONG denuncia a destruição de ecossistemas e das florestas a fim de alimentar o gado.

As perdas ambientais amplificam os riscos de contacto entre animais e seres humanos o que aumenta o risco para a saúde humana.

Os ambientalistas denunciam as más condições de criação de gado nas explorações industriais.

"As condições nas grandes explorações industriais são frequentemente más, tanto para os animais como para as pessoas. Os animais passam o tempo muito próximos uns dos outros, frequentemente têm as mesmas origens genéticas. As condições podem também ser nocivas para as pessoas, é terreno fértil para novos desastres potenciais", adianta Sini Eräjää, responsável pela Agricultura e Florestas na Greenpeace Europa.

A organização sublinha que não existe ligação entre a atual pandemia e a criação intensiva de gado. Nesta questão, a ONG está do lado dos profissionais do setor.

Estes contudo rejeitam as acusações relativas às condições de criação. Os profissionais afirmam que as mais de 20 mil empresas europeias desta área estão sujeitas a normas sanitárias muito estritas.

"A indústria alimentar e por conseguinte, a indústria da carne estão sujeitas aos mais elevados padrões de segurança na produção, no enquadramento, e para os trabalhadores, e os próprios alimentos. É preciso manter as regras de higiene", afirma Karsten Maier, secretário-geral da sindicato UECBV (União Europeia do Comércio de Gado e Carne.

A questão faz parte das discussões em torno da reforma da Política Agrícola Comum.

No parlamento europeu, há quem pretenda redirecionar os auxílios financeiros para os pequenos produtores.

"É preciso agarrar esta oportunidade para reformar a política agrícola comum que está neste momento a ser reformulada no parlamento europeu a fim de modificar as regras do jogo e dar muito menos dinheiro aos produtores que adotem a criação intensiva e industrial. Assim, estes fundos podem vir a beneficiar os pequenos produtores com criações mais pequenas e menos intensivas", propõe Pascal Canfin, eurodeputado do Renew Europe e presidente do comité sobre Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar.

Segundo os ambientalistas, a fim de diminuir os riscos é necessário rever o sistema de produção na totalidade e reduzir o consumo de carne e lacticínios.

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