Desflorestação da Amazónia até maio foi a maior desde 2015

Aerial views of the lush Alto Rio Guama Indigenous Reserve saddled next to a deforested area owned by cattle ranchers, in Para state, Brazil
Aerial views of the lush Alto Rio Guama Indigenous Reserve saddled next to a deforested area owned by cattle ranchers, in Para state, Brazil Direitos de autor Rodrigo Abd/Copyright 2019 The Associated Press. All rights reserved.
Direitos de autor Rodrigo Abd/Copyright 2019 The Associated Press. All rights reserved.
De  Euronews com LUSA
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Dados oficiais divulgados hoje revelam que a desflorestação da Amazónia, localizada em território brasileiro, entre janeiro e maio deste ano, foi a maior dos últimos cinco anos

PUBLICIDADE

Desde início deste ano e até ao mês passado, registou-se a maior devastação da floresta amazónica, localizada em território brasileiro, desde 2015, num total de 2.032 quilómetros quadrados, de acordo com informação do sistema de Deteção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O registo indicou uma subida de 34% face à desflorestação ocorrida no mesmo período no ano passado e 49% acima da média histórica.

Além disso, os alertas de desflorestação aumentaram 12% em maio face ao mesmo mês de 2019, somando 829 quilómetros quadrados, o maior total para o mês em cinco anos.

Os alertas produzidos pelo sistema Deter são feitos de acordo com informações recolhidas por satélites e servem para orientar a fiscalização e garantir ações eficazes de controlo do derrube das florestas brasileiras.

No início desta semana, o Inpe informou que a desflorestação da Amazónia brasileira, de agosto de 2018 a julho de 2019, primeiro ano do Governo do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi maior do que se imaginava.

No período, a floresta amazónica perdeu 10.129 quilómetros quadrados de sua cobertura vegetal, registando o maior nível de destruição em um ano desde 2008.

Bolsonaro, que defende iniciativas questionadas por ambientalistas sobre a preservação do meio ambiente, incentiva a agricultura e a mineração na floresta, mesmo em áreas de proteção demarcadas onde tais atividades são proibidas.

Em julho do ano passado, Bolsonaro demitiu o então presidente do Inpe por divergir sobre os métodos utilizados pela agência espacial brasileira para medir a desflorestação na maior floresta tropical do mundo.

O Presidente brasileiro considerou que os dados apresentados eram falsos e defendeu que os números foram divulgados por pessoas de má-fé e funcionários públicos com interesses políticos que tinham interesse em prejudicar o seu Governo.

Os discursos de Bolsonaro favoráveis à exploração comercial da Amazónia também incentivam lenhadores a aumentar o derrube ilegal da floresta para extrair madeira, assim como os agricultores que promoveram uma expansão ilegal das suas áreas de cultivo na região.

No ano passado, as queimadas na Amazónia chamaram a atenção do mundo. As primeiras informações sobre fogo no estado do Pará, que tem uma grande área da floresta amazónica no seu território, indicam que um grupo de fazendeiros se organizou para promover um "dia do fogo" em homenagem a Bolsonaro, ato que causou a destruição de centenas de quilómetros de floresta.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.

Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Indígenas reunidos contra projetos de Bolsonaro para a Amazónia

Antigo chefe do exército brasileiro ameçou prender Bolsonaro se insistisse com golpe de Estado

Polícia liberta 17 reféns de assalto a autocarro no Rio de Janeiro