Há um novo "exterminador implacável" na guerra contra a Covid-19

Os robôs UVD da Blue Ocean Robotics estão em alta na luta contra a pandemia
Os robôs UVD da Blue Ocean Robotics estão em alta na luta contra a pandemia Direitos de autor AP/ Business Wire
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De  Francisco Marques
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O robô autómato UVD usa raios UVC, que são prejudiciais sobre as pessoas, mas eficazes na desinfeção contra germes e vírus como o SARS-Cov-2

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Um robô autómato desenvolvido na Dinamarca está a ser usado na desinfeção contra a pandemia de Covid-19.

Este "exterminador implacável" do novo coronavírus, de eficácia reconhecida, é no entanto prejudicial para os humanos quando se encontra a cumprir a missão para a qual foi programado.

O robô desenvolvido pela empresa Blue Ocean Robotics, sediada em Odense, na Dinamarca, usa raios ultravioleta de onda curta conhecidos como UVC.

A Organização Mundial de Saúde avisa que a UVC é a radiação ultravioleta mais prejudicial, mas é também um tipo de radiação natural originária do sol completamente absorvida pela atmosfera, nomeadamente pela camada de ozono.

A OMS alerta que a quanto maior a incidência de raios ultravioleta nos seres humanos, maior o risco de cancro da pele, cataratas e problemas do sistema imunológico.

O UVD integra lâmpadas de UVC artificial. Esta radiação tem uma forte eficácia na eliminação de germes e bactérias. A empresa que comercializa o robô garante que também vírus como o MERS, o SARS ou o SARS-Cov-2, que provoca a Covid-19, são exterminados por estes raios UVC.

O robô já está a ser usado desde meados do ano passado em mais de 40 países, sobretudo em hospitais e escritórios, mas agora com a pandemia a procura têm aumentado imenso desde março, sobretudo por parte de hospitais, instituições de ensino e lares apesar do preço de cada unidade rondar os 60 mil euros.

O lar de Telki, na Hungria, já tem um destes UVD. Gizelle, uma das residentes, diz ter lido "nos jornais sobre a vinda destes robôs".

"O robô foi tema de conversas e, quando chegou, todos no lar ficámos muito contentes", afirmou a idosa.

Os últimos meses têm sido, aliás, dramáticos para quem vive em lares por toda a Europa. Na Noruega, pelo menos 60% dos mortos no quadro da pandemia residiam em lares. Na Bélgica, os lares originaram metade dos óbitos e, em Portugal cerca de 40%.

Na Hungria, 25% por cento das fatalidades aconteceram entre residentes em lares. Mas mesmo naqueles onde o vírus não entrou, os residentes tiveram outro problema, sublinha a diretora financeira do lar de Telki.

"O peso psicológico de não poderem estar com os familiares mesmo sem estarem infetados pode ter sido ainda pior para os idosos do que o próprio vírus", sugere Judit Lénárt.

O trabalho de desinfeção de uma divisão por um robô UVD demora cerca de 20 minutos, mas só as áreas atingidas pelos raios UVC são desinfetadas, o que obriga a uma limpeza extra manual dos recantos inatingíveis pela luz ultravioleta.

As pessoas e os animais no podem estar no mesmo espaço onde os raios UVC estão a ser utilizados. Por serem de onda curta, no é fácil penetrarem na pele, mas são ainda assim raios prejudiciais para os seres humanos, embora não se conheçam impactos negativos nas plantas nem nos objetos "atingidos" por este "exterminador implacável" do novo coronavírus.

Os seres humanos e os animais só podem voltar a entrar na divisão desinfetada pelo UVD após a missão cumprida e, como nem tudo podia ser bom, vão encontrar um estranho aroma similar a cabelos queimados, o que também pode servir de aviso para os efeitos nefastos esperados na pele humana.

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