Comércio a retalho queixa-se da fraca atividade

Comércio a retalho queixa-se da fraca atividade
De  Isabel Marques da SilvaAna Lázaro
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O setor do retalho pede ao governo belga que mantenha as ajudas extraordinárias pelo menos até o final do ano e estão, também, esperançados que surjam apoios mais avultados através do plano de recuperação da União Europeia.

PUBLICIDADE

Há mais de dois meses que as lojas foram reabertas na Bélgica, após o confinamento, mas o fluxo de clientes neste momento da pandemia deixa muito a desejar.

A proprietária de uma loja de chocolates, localizada no centro histórico de Bruxelas, teme estar à beira da falência, mesmo tendo colocado os funcionários em sistema de layoff temporário. As receitas são ínfimas face às despesas fixas.

"Há dias em que recebo apenas 50 euros, o que não me chega para pagar quase nada das despesas. É um desastre. Estamos sempre a questionar-nos sobre o que vamos fazer. É difícil", disse Kathleen Henrotte à euronews.

Numa joalheria, localizada na mesma rua, a situação é semelhante. O negócio dependia muito do turismo internacional, que é quase inexistente .

A gerência calcula que, desde a reabertura, a faturação é cerca de 20 por cento do habitual, quando comparado com igual período do ano passado.

"O nível do negócio deverá aumentar num ou dois meses. Esperamos que haja esse aumento, caso contrário teremos de pedir apoio financeiro. Sem esse apoio, veremos muitas falências no final do período de férias e aí vai começar um período verdadeiramente difícil", afirmou o dono, Adam Gromert.

A situação não é melhor na zona onde há, sobretudo, escritórios. Com os habituais clientes a trabalharem a partir de casa, as cafetarias têm fraca atividade.

Um gerente admite que a ajuda estatal na forma de layoff dos empregados e outros apoios financeiros ajudaram a evitar a ruína imediata, mas as dívidas não páram de aumentar.

"Penso que a crise ainda não começou efetivamente, vai começar a sentir-se a partir de setembro e prolongar-se até janeiro. A minha análise pessoal é que só a partir de janeiro se poderá perceber o quadro, penso que serão precisos mais 12 meses a partir daí para ver se houve recuperaçao", disse Gaëtan Niego.

O sindicato de trabalhadores independentes belga estima que um quinto das lojas fechem de forma permanente.

Antevendo uma segunda vaga da pandemia, os sindicalistas apelam ao uso de máscaras por todos no interior das lojas, o que se tornou obrigatório desde 11 de julho.

"Embora saibamos que não é muito agradável, que é uma obrigação que pode parecer uma violação da nossa liberdade, o uso da máscara talvez seja a melhor maneira de evitar uma segunda vaga, pemitindo que se faça só um reajuste ou um confinamento parcial. Obviamente, esperamos que isso não aconteça, porque teria consequências dramáticas", explicou o sindicalista Christophe Wambersie.

O setor do retalho pede ao governo belga que mantenha as ajudas extraordinárias pelo menos até o final do ano e estão, também, esperançados que surjam apoios mais avultados através do plano de recuperação da União Europeia.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Bruxelas revela cenário sombrio para economia da UE

Covid-19 provoca quebra no comércio global

Lisboa volta atrás no desconfinamento