Presidente libanês rejeita investigação internacional à explosão no porto de Beirute. Michel Aoun não descarta a possibilidade de atentado.
O presidente do Líbano rejeita uma investigação internacional à explosão devastadora que ocorreu no porto de Beirute. Michel Aoun adiantou que foi informado sobre a existência de nitrato de amónio (2.750 toneladas) há três semanas e que ordenou que a situação fosse resolvida, de imediato. Ainda que, como o próprio frisou, não tenha autoridade sobre o porto. Acusou também os seus antecessores de estarem ao corrente da situação e garantiu que a tragédia se deveu ou a negligência ou a interferência externa. O chefe de Estado não põe de parte a hipótese de ter-se tratado de um atentado e afirmou ter pedido, "pessoalmente, ao presidente francês", Emmanuel Macron, que forneça imagens de satélite, "se elas existirem", para que possam determinar se havia aviões ou mísseis.
Foi na última terça-feira que ocorreu a explosão que destruiu o principal centro comercial da cidade, com repercussões a vários quilómetros de distância. O número de mortos ultrapassa já os 150.
O Hezbollah, organização política e paramilitar extremista, garante não ter qualquer responsabilidade no sucedido nem qualquer tipo de armamento no porto. O seu líder, Hassan Nasrallah, numa comunicação transmitida pela televisão, afirmou que não tem, no local, nem um depósito de armas e munições, nem de mísseis ou outro tipo de bombas, nem de nitrato de amónio, "absolutamente nenhum desses materiais".
As autoridades libanesas já iniciaram uma investigação interna. De acordo com a agência de notícias France Press terão sido já detidas mais de duas dezenas de pessoas entre funcionários e responsáveis da alfândega e engenheiros portuários.
Estima-se que os danos ultrapassem os 2,5 mil milhões de euros, a ONU já anunciou que ajudará com 15 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências.