Cinco anos depois do ataque ao periódico francês Charlie Hebdo treze homens e uma mulher começam a ser julgados esta quarta-feira, por cumplicidade.
Cinco anos depois do ataque ao periódico francês Charlie Hebdo treze homens e uma mulher começam a ser julgados esta quarta-feira. Não apenas pelo atentado contra o jornal satírico mas também, e porque se considera que estão ligados, um outro a um supermercado judeu, em Paris, que fez quatro mortos.
Dois eventos que marcaram o início de uma onda de violência perpetrada pelo grupo Estado Islâmico na Europa. Thibault de Montbrial, advogado de uma das jornalistas da publicação gaulesa que sobreviveu ao ataque, Zineb el Rhazoui, explica que em França há "pessoas que continuam a promover e a defender o extremismo islâmico, seja por parvoíce ou negação, por cobardia ou cumplicidade", e que é preciso denunciá-lo. "Trata-se de um combate pela Democracia, pela liberdade, pela República, aquilo que se está a desenrolar-se neste tribunal, mas também fora dele", afirma.
No julgamento, que termina a 10 de novembro, vai tentar perceber-se o papel, de cada um dos réus, na preparação dos ataques, que decorreram entre 7 e 9 de janeiro de 2015.
Três dos acusados, uma mulher - Hayat Boumeddiene, na altura mulher do autor do atentado no supermercado, Amedy Coulibaly - e dois homens, os irmãos Belhoucine, serão julgados à revelia. Terão partido, dias antes dos ataques, para uma região entre a Síria e o Iraque. Os dois homens foram dados como mortos por várias fontes, mas não há confirmação. Também chegou a dizer-se que a mulher mais procurada de França tinha falecido mas presume-se agora que anda a monte.