Cerca de meio milhão de habitantes de Belgrado despeja os esgotos no rio Danúbio. A Sérvia tem um longo caminho a percorrer em termos ambientais
Com ambições de entrar na União Europeia em 2025, a Sérvia tem muito trabalho a fazer em termos ambientais, para cumprir os objetivos de Bruxelas.
As águas usadas de Belgrado ainda são diretamente despejadas no Danúbio. O país pretende construir instalações de tratamento de esgotos, mas é pouco provável que isso ocorra nos próximos quatro anos.
Os pescadores sofrem com o rio. Mladen Jovic lamenta: "Matámos todos os nossos rios, vamos matar este também. O Danúbio é um rio muito forte e poderoso que poderia levar a poluição, mas já não o pode fazer. Costumava ter uma linha costeira e estava a fluir, agora já não há nada disso. Há 3 metros de profundidade no meio do rio, e costumava ter 20 metros de profundidade".
Cerca de meio milhão de habitantes da capital sérvia não tem conexão com o sistema de esgotos da cidade e deita o conteúdo das fossas séticas no rio.
O ministério da Infraestruturas calcula em 190 milhões de metros cúbicos, o volume das águas residuais que o Danúbio recebe todos os anos na Sérvia.
O Danúbio nasce na Alemanha e atravessa nove países, num percurso de 2.850 km, até desaguar no Mar Negro. Pela sua grandiosidade, o rio consegue combater os dejetos orgânicos, não ultrapassando, na maior parte do tempo, o limite crítico dos 500 microgramas por mililitro de partículas bacteriológicas.
Os pescadores, no entanto, observam a deterioração ambiental e a acumulação de matérias que reduzem a profundidade das águas.