Covid-19: Ceticismo do público sobre vacinas preocupante

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Direitos de autor Siphiwe Sibeko/AP
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De  Isabel Marques da SilvaMéabh McMahon
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França e os países do leste europeu registam das mais altas de ceticismo nas sondagens levadas a cabo, pelo que Comissão Europeia já admitiu a necessidade de ajudar os governos dos Estados-membros a criarem uma boa estratégia de comunicação sobre o plano de vacinação.

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A Agência Europeia de Medicamentos está pronta para aprovar duas vacinas contra a Covid-19 em meados de dezembro, sendo este um dos instrumentos fundamentais para travar novas vagas da doença.

Mas o uso ode máscaras e o distanciamento social continuarão a ser importantes por bastante tempo, dizem os cientistas.

"A grande novidade é que as vacinas vão, obviamente, permitir ter uma vida mais normal, sem dúvida. Ainda não sabemos quanto tempo será necessário para implementar o plano de vacinação, se haverá alguma hesitação das pessoas em se deixarem vacinar. Mas estou otimista sobre a vida voltar ao que era, no próximo verão, embora ainda tenhamos de usar máscaras e fazer um pouco de distanciamento social", afirmou Luke O'Neill, professor de Imunologia no Trinity College Dublin (Irlanda).

Desde junho que a Comissão Europeia injeta milhões de euros nos projetos que desenvolvem as vacinas e para criar mecanismos de produção e distribuição rápida de 300 milhões de doses por toda a Europa.

Esperança ou desconfiança?

Mas o maior desafio poderá ser convencer o público em geral. Na Bélgica, o governo quer vacinar gratuitamente 70% da população mas na capital, Bruxelas, alguns traseuntes mostraram-se cautelosas em declarações à euronews.

  • "Vou esperar que outros a experimentem e depois poderei tomar. Definitivamente não serei a primeira pessoa a testá-la".
  • "Penso que a Covid-19 não existe, logo se houver uma vacina, será uma tolice tomá-la".
  • "A avaliar pelos enormes problemas que estamos a enfrentar, aceitaria tomar a vacina".
  • "É ótimo que tenham encontrado uma vacina. Vamos fazer figas para que corra bem o processo de vacinação. É disso que estamos à espera".
  • "Não sei se confiaria, é uma vacina totalmente nova. Não sabemos quais são os efeitos colaterais que terá".
  • "Mais tarde, os outros que experimentarem primeiro".

Mais do que a questão da eficácia, parece ser clara a necessidade de informar de forma correta a opinião pública sobre a segurança de uma vacina desenvolvida tão rapidamente, alerta o cientista Luke O'Neill.

"É compreensível o que se passa porque se trata de uma doença nova. As vacinas deixam sempre as pessoas ansiosas, porque enfiar uma agulha no braço de um bebé as deixa nervosas. E ainda há as campanhas horríveis nas redes sociais com com notícias falsas. Mas a verdade é que as vacinas são extremamente seguras. A maioria das agências de saúde no mundo diz que se devem usá-las. Portanto, há aqui um debate estranho. É nosso trabalho informar as pessoas, dizer que as vacinas são uma das maiores contribuições para a medicina, que são fantásticas", explica o professor de Imunologia.

França e os países do leste europeu registam das mais altas de ceticismo nas sondagens levadas a cabo, pelo que Comissão Europeia já admitiu a necessidade de ajudar os governos dos Estados-membros a criarem uma boa estratégia de comunicação sobre o plano de vacinação.

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