Brexit sem acordo à vista

Dentro de um mês, o Reino Unido já não fará parte do Mercado Único e, para já, essa é a única certeza sobre a relação com o bloco europeu. Michel Barnier, o negociador de Bruxelas, tem saído das reuniões com o seu homólogo britânico sem qualquer acordo.
A falta de entendimento sobre as Pescas aparece como um dos maiores entraves. Bruxelas quer um salvo-conduto para os barcos dos 27; Londres quer poder regular o acesso e estabelecer quotas de pescado.
Mas, num segundo plano, há uma outra preocupação que cresce. 70% da produção agrícola destina-se atualmente ao mercado europeu e Mark Bridgeman, presidente da maior associação de empresários agrícolas, explicou à Euronews que "o setor ovino é um dos que concentra mais atenções, porque 40% do borrego é exportado e, desses, 90% vai para a Europa". Bridgeman não tem dúvidas: "se não tivermos um acordo vai ser um grande problema para o setor agrícola".
O Secretário de Estado britânico da Economia já escreveu a quase cinco milhões de empresas para que se preparem para os desafios futuros.
Escócia renova ambição de independência
A primeira-ministra escocesa veio mais um a vez demarcar-se do governo de londres. Nicola Sturgeon garante que vai referendar a continuação no Reino Unido se ganhar as próximas eleições, em Maio.
Dirigiu-se aos governos da União Europeia como "amigos e vizinhos" que serão sempre parte da matriz da Escócia. A chefe do governo escocês afirma que o país quer "voltar" e espera poder "fazê-lo em breve, enquanto estado independente".
Na falta de acordo, o comércio entre o Reino Unido e a União Europeia será regulado pelas regras da Organização Mundial do Comércio. Significa logo à partida um aumento da carga burocrática e tarifas aduaneiras elevadas que podem causar um choque económico, sobretudo no mercado britânico.