A covid-19 obrigou ao encerramento de muitas salas de cinema. Ao longo do ano, as produtoras optaram por adiar estreias, ou esquivar-se ao grande ecrã e passar diretamente para as plataformas de vídeo.
1917 deu o mote a 2020. O filme de guerra que ganhou sete prémios Bafta em Inglaterra, incluindo o de Melhor Filme e de Melhor Realizador, teve atrás das câmaras Sam Mendes, realizador de vários filmes de James Bond.
Mas nos Óscares, foi Bong Joon-ho, um sul-coreano desconhecido do grande público, quem, para surpresa de muitos, levou a estatueta dourada pelo melhor filme e 3 outros Óscares com a longa-metragem “Parasita”.
No entanto, a covid-19 acabou por também atingir Hollywood e o mundo do cinema, levando, por exemplo, a Universal Pictures a adiar datas. O lançamento do 25º James Bond, passou de abril de 2020 para a primavera de 2021. Isto, claro, se não voltar a haver alterações.
O único grande filme a ter assumido o risco de sair em tempos de pandemia foi "Tenet". Mas a produtora Warner já veio lamentar a falta de receitas de bilheteira.
No final do verão, entre dois confinamentos, o filme de Thomas Vinterberg trouxe ao público um pouco de diversão com “Another Round”.
A longa-metragem lançada na maioria dos países europeus, com sucesso entre a crítica e o público.
Em outubro, o do realizador dinamarquês revelava à Euronews estar satisfeito com os resultados.
"Há uma grande vontade de ir ao cinema, as pessoas estão a afluir às salas, funciona. Os números de infetados com coronavírus estão a diminuir, mas as pessoas estão a ir aos cinemas, o que é bom e mostra que é realmente possível", afirmou Vinterberg.
Outros filmes, como "Pinóquio", não chegaram ao grande ecrã. A obra do realizador Matteo Garrone foi lançada apenas em Itália, passando diretamente a estar disponível em plataformas de vídeo.
2020 é um ano crucial para os filmes, e sobretudo para o cinema, que enfrenta a concorrência das várias plataformas de streaming.
A Disney, por exemplo, não hesitou em lançar o último “Mulan” diretamente na Disney+, mantendo, no entanto, um lançamento em sala na China, o novo Eldorado do cinema.
A subsidiária Pixar fez o mesmo com “Soul”, que não vai chegar ao grande ecrã, mas estará disponível em plataforma para o Natal.