Israel voltou a mergulhar numa crise política com a dissolução do Parlamento por causa da falta de acordo sobre orçamento de Estado. País volta às urnas para novas eleições legislativas - as quartas, em apenas dois anos - a 23 de março de 2021
Em menor número, por causa do tempo frio, mas com uma nova força-motriz, centenas de israelitas manifestaram-se em nome da demissão de Benjamin Netanyahu.
O protesto deste sábado teve como pano de fundo o cenário de novas eleições legislativas, a 23 de março de 2021, na sequência da dissolução do Parlamento (Knesset). Estas serão as quartas eleições em apenas dois anos.
A manifestação aconteceu um dia antes de Israel iniciar o terceiro confinamento desde o início da pandemia de Covid-19 e em plena campanha de vacinação contra a doença.
Há vários meses que grupos de manifestantes se concentram às portas da residência de Netanyahu em Jerusalém. Denunciam o primeiro-ministro - que continuará a liderar de forma interina o até agora executivo de coligação - por má gestão da crise do novo coronavírus e exigem a renúncia.
Acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança, Netanyahu também enfrenta uma batalha judicial em três casos diferentes.
Em maio formou um governo de coligação para fazer frente à crise do novo coronavírus com o principal rival, Benny Gantz, do partido Azul e Branco. O entendimento passava por uma rotação no lugar de primeiro-ministro e estabelecia que o executivo adotaria um único orçamento (2020 e 2021). No entanto, o Likud, formação de Netanyahu defendeu a votação de dois orçamentos, esbarrando na resistência do partido Azul e Branco e provocando a dissolução do Parlamento.
De acordo com alguns analistas políticos, citados pela agência France Presse, esta foi uma forma encontrada por Netanyahu para precipitar novas eleições, evitando passar o poder ao rival Benny Gantz, em novembro do próximo ano.