A iniciativa europeia Sure para evitar o impacto social da pandemia

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Em Real Economy, esta semana, vamos ver como estão a ser usados 100 mil milhões de euros de fundos europeus para apoiar o emprego durante a pandemia

Com a segunda vaga da pandemia, os trabalhadores e as empresas continuam a ser fortemente afetados. Na área do Euro, em 2021, o desemprego deverá aumentar 2% para os 9,4%.

100 mil milhões de euros para apoiar emprego durante a pandemia

Os governos europeus têm subsidiado salários durante a pandemia por meio de apoios à manutenção dos contratos de trabalho. A iniciativa SURE, da Comissão Europeia, pretende reforçar a proteção dos trabalhadores, em particular dos independentes, graças a um dispositivo de apoio de emergência de 90,3 mil milhões de euros por meio de empréstimos a dezoito países da União Europeia. 

A Comissão deverá contrair empréstimos até 100 mil milhões de euros nos mercados de capitais através da emissão de obrigações com taxas de juro baixas. Esse crédito é cedido aos Estados-Membros nas mesmas condições. Os títulos SURE são considerados como títulos sociais, o que significa que os fundos servem um objetivo social. 

Os títulos emitidos em 2020 deverão ser reembolsados entre 2025 e 2051. Já foram arrecadados quase 40 mil milhões de euros nos mercados para emitir títulos sociais desde outubro do ano passado.

O mecanismo SURE: segunda linha de defesa na UE

A Lituânia é um dos países que beneficia do mecanismo SURE. A euronews esteve em Vilnius, para falar com empresários do país. A euronews falou com duas irmãs Kristina e Dovile Ambrazeviciute que abriram uma loja de plantas em setembro de 2019. Poucos meses depois, o confinamento obrigou-as a fechar a loja.

"Conseguimos apoios para pagar o salário da nossa empregada, e depois recebemos apoio para a renda. Isso ajudou-nos a sobreviver", contou Kristina Ambrazeviciute.

Cerca de 90% do salário das empregadas foi pago pelo governo. Apesar de só terem faturado metade do valor previsto, as duas irmãs conseguiram abrir uma segunda loja e contratar mais 3 pessoas. Mas devido à propagação do vírus vão ter de fechar novamente.

"Vamos continuar a trabalhar porque temos um site de vendas na Internet, gerimos o site e vamos candidatar-nos a ajudas. É muita papelada", disse à euronews Dovile Ambrazeviciute.

Lituânia gasta 900 milhões de euros para apoiar emprego

Devido ao aumento da despesa pública para apoiar as empresas e diminuir o risco de desemprego empregos, a Lituânia está a receber apoio financeiro através do instrumento europeu SURE, um empréstimo, com taxa de juro baixas, de cerca de 600 milhões euros.

Graças à ajuda da UE, a Lituânia planeia gastar cerca de 900 milhões de euros em 2021 para financiar apoios aos trabalhadores através do fundo de desemprego nacional.

"A solidariedade de todos os Estados membros da UE é muito importante. Com o orçamento nacional, poderíamos apoiar apenas 20% dos que precisam de ajuda financeira neste momento", afirmou Inga Balnanosiene, Diretora dos Centro de Emprego da Lituânia.

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Kristina e Dovile Ambrazeviciute beneficiaram das ajudas do mecanismo SUREeuronews

Os apoios aos trabalhadores independentes

Enquanto fotógrafo por conta própria, Martynas Nikitaravičius recebeu apoio financeiro quando perdeu 80% do seu rendimento durante a primeira vaga da pandemia. Mas, como trabalhador independente recebe apenas cerca de 250 € por mês, menos de metade do salário mínimo do país.

“Ajuda-nos um pouco, mas não muito. Paguei os impostos e algumas contas. Tenho sorte porque a minha mulher tem um emprego para ajudar a família", contou Martynas Nikitaravičius.

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Paolo Gentiloni, Comissário Europeu para a Economiaeuronews

"Nos primeiros tempos da crise é preciso salvar empregos"

Em Bruxelas, a euronews falou com o Comissário Europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, sobre as perspectivas atuais ao nível do emprego e das empresas.

euronews: “Participou na concepção e implementação deste mecanismo. Por razão considera que é tão importante?”

Paolo Gentiloni, Comissário Europeu para a Economia: “As consequências sociais teriam sido enormes sem estes apoios ao emprego em todos os países europeus. Nós quisemos apoiar e fortalecer essas ações. Apoiámos a capacidade dos estados membros a reagir face ao risco. O resultado é o facto de a taxa de desemprego não ter aumentado de forma assustadora”.

euronews: “Será que não estamos só a atrasar os despedimentos temporariamente?

Paolo Gentiloni, Comissário Europeu para a Economia: Estamos a retardar o processo e essa é a opção certa. Face a uma crise como esta, é preciso reagir e construir uma resposta comum. É preciso uma estratégia para apoiar a recuperação económica, mas, nos primeiros tempos da crise é preciso salvar empregos".

euronews: “Na nossa reportagem na Lituânia, vimos que um trabalhador independente não recebe o mesmo que um empregado. Como garantem que os trabalhadores independentes terão o mesmo nível de apoio que os empregados?

**Paolo Gentiloni, Comissário Europeu para a Economia: "**Encorajamos os estados membros a fazê-lo, mas não interferimos nos sistemas de cada país. Não é o objetivo deste mecanismo. Tenho plena consciência do perigo de haver dois mundos, um mundo de trabalhadores nas grandes e médias empresas tradicionalmente mais protegidas e outro mundo de trabalhadores independentes, empregos precários e não protegidos".

euronews: “Como vê as perspectivas em termos de emprego e para as empresas, na Europa, este ano?

Paolo Gentiloni, Comissário Europeu para a Economia: “A pandemia não acabou, apesar das vacinas. O futuro da economia depende fortemente da eficácia da campanha de vacinação. Uma coisa é certa, Começamos o primeiro trimestre de 2021 numa situação difícil. Ainda não estamos numa recuperação em forma de V. Ainda enfrentamos dificuldades.

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