Movimento estudantil contra a reabertura das escolas

Mais de cinco mil pessoas juntaram-se a um movimento estudantil contra a abertura das escolas na Hungria a 19 de abril.
Os organizadores, a associação de estudantes ADOM, argumentam que, como a Hungria enfrenta a pior taxa mundial de óbitos no quadro da pandemia, é um erro retomar as aulas presenciais.
O movimento encoraja os alunos do secundário a faltarem às aulas e a ficarem em casa se o Governo insistir na decisão.
"Penso que muitos vão aderir ao boicote. Sobretudo aqueles estudantes que padecem de doenças crónicas e os que estão a preparar-se para se graduarem", considerou Ferenc Sipos, porta-voz da associação estudantil ADOM.
O Governo de Viktor Orbán ordenou a vacinação dos professores com a proposta da Pfizer/BioNTech e cita uma investigação publicada pelo centro norte-americano de prevenção e controlo de doenças (CDC) que sugere uma proteção de 80% por cento 14 dias após a inoculação da primeira dose.
Só que uma boa parte dos professores só será vacinada este fim de semana e não tem esses 14 dias e, além disso, os responsáveis médicos húngaros consideram que os vacinados ainda se mantém vulneráveis ao vírus duas ou três semanas após tomarem a primeira dose.
Embora um quarto da população já tenha recebido pelo menos uma dose da vacina, muitos receiam uma rápida propagação do vírus através das escolas.
O virologista húngaro Miklós Rusvai, ouvido pela Euronews, garante não haver motivo para pânico: "Devemos ter em conta que, entretanto, a vacinação prossegue, por isso, não vejo a reabertura das escolas como um perigo."
Esta garantia não tranquiliza contudo quem tem vindo a preparar-se para os exames de maio. Sobretudo os encarregados de educação.
"Muitos pais têm-nos escrito cartas. Dizem que não vão autorizar os filhos que se encontram a preparar os exames finais a regressar à escola se o Governo decidir mesmo a reabertura. Receiam que, se os filhos ficarem doentes, podem colocar em perigo o trabalho deste último ano e mesmo o dos últimos quatro anos", revela Zsuzsa Szabó, presidente da associação de professores, acrescentando que também "o processo de candidatura às universidades pode ficar ameaçado."
Os mais afetados pela incerteza, porém, são os alunos. Alguns admitiram mesmo à Euronews estar a sofrer uma sobrecarga de stresse.