Artista francês JR questiona estereótipos entre israelitas e palestinianos

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De  Damon Embling
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O trabalho do artista francês está em exposição na Galeria Saatchi em Londres.

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Dos esterótipos sobre a imigração, ao controle de armas nos Estados Unidos e ao conflito israelo-palestiniano, as obras de JR abordam problemas sociais e políticos do mundo contemporâneo.

O trabalho do artista francês está em exposição na Galeria Saatchi em Londres.

“Trata-se principalmente de conhecer comunidades em sítios diferentes. Na verdade, por tentar descobrir um sítio no mundo onde as pessoas me dissessem desculpe, arte, aqui não. Mas não encontrei ninguém que dissesse isso. Talvez na Coreia do Norte. Estive lá e eles não se mostraram muito interessados”, disse à euronews o artista francês.

Tudo começou no dia em que o artista francês encontrou uma máquina fotográfica no metro de Paris. Nessa altura, JR já fazia grafitis e decidiu tirar fotografias de outros artistas e colá-las na via pública. Depois fez o mesmo com jovens de uma cidade dos subúrbios de Paris, palco de distúrbios. 

Questionar as imagens sobre o outro

Para o artista é importante questionar as representações veiculadas pelos meios de comunicação. “Tive a ideia de tirar fotografias dos meus amigos e retratá-los a brincar com as suas próprias caricaturas e a forma como são vistos. O facto de colar essas imagens nas ruas de Paris ajudou a desconstruir essas imagens. Podemos ver o nome, a idade e o número da porta do prédio onde vivem. Passamos da imagem de alguém que vemos nos média e não conhecemos o que cria um medo generalizado, a alguém que podemos conhecer, podemos bater-lhe à porta", contou o artista francês.

No Médio Oriente, JR colou, no chamado muro da separação, os retratos de israelitas e palestinianos que exercem a mesma profissão.

“As pessoas diziam-me sempre: ‘aqui, estamos abertos para fazer esse projeto, pode até colar a imagem do nosso inimigo na parede, nós deixamos’, mas diziam: “o outro lado odeia-nos, e nunca vai autorizar o seu projeto. E quando eu ia para o outro lado e começava a colar as imagens, eles diziam-me exatamente a mesma coisa! Ficamos a perceber como é que as pessoas de cada um dos lados se vêm uma às outras através dos média. Devido ao contexto, só veem o pior do outro e esquecem que a outra pessoa é apenas um taxista”, disse JR.

“A Saatchi Gallery tem o privilégio de reabrir as galerias com esta mostra que tem como objetivo unir as pessoas através da arte”, sublinhou Laura Uccello, diretora de parcerias da Galeria.

O artista francês espera que o seu trabalho suscite um sentimento de otimismo face ao mundo atual.

“Mudar a nossa percepção sobre um determinado sítio e sobre as pessoas é uma forma de mudar o mundo. Eu sinto que, como artistas, temos de ser os otimistas em relação ao mundo, porque já há pessimistas suficientes", frisou JR.

A exposição pode ser visitada na galeria Saatchi, em Londres, até ao início de outubro.

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