Protesto iniciado na sexta-feira tem por base a reforma da função pública e o aumento do horário de trabalho do setor sem revisão salarial
O impacto da greve na recolhe de lixo que começou sexta-feira em Marselha, no sul de França, começa a ser bem notório, à vista e ao olfato, e está a preocupar os residentes, sobretudo devido ao cheiro nauseabundo que se agrava.
A greve opõe o setor ao governo regional, tem por base a reforma da função pública, que prevê incluir a partir de 1 de janeiro de 2022 os trabalhadores da recolha de lixo no grupo das 35 horas de trabalho semanal, o que implica para estes funcionários um aumento médio de mais duas horas de trabalho diário, sem revisão salarial.
A mudança ameaça ainda o pagamento de horas suplementares e ainda impedir o atual sistema que permite aos funcionários terminar o trabalho e sair de imediato antes do final de turno previsto.
O governo regional de Aix-Marselha e os sindicatos continuam a negociar e o lixo a amontoar-se pelos passeios da cidade.
O governo regional garante que a recolha da reciclagem não foi afetada, apesar das imagens mostraram já muitos cartões e plásticos espalhados pela via pública da cidade, mas para tentar remediar o problema imediato decidiu para já instalar mais 26 contentores provisórios nas zonas mais afetadas.
Esta situação agrava-se a cerca de duas semanas de uma nova visita a Marselha do Presidente Emmanuel Macron.
Ao mesmo tempo que o lixo se amontoa na cidade, o Conselho Municipal marselhês prepara-se para votar na sexta-feira um aumento da taxa de habitação para residências secundárias, numa tentativa de favorecer o regresso de casas ao arrendamento, num mercado fortemente inflacionado. O objetivo é agravar o imposto dos atuais 20% para os 60%, a taxa máxima autorizada por lei.