Comissão Europeia divulgou, esta quarta-feira, "pacote de outono" de coordenação de políticas económicas e orçamentais, que inclui os pareceres sobre os planos orçamentais dos Estados-membros para o ano que vem. Comissário da Economia alertou para a volatilidade
A sustentabilidade da recuperação económica volta a levantar dúvidas numa altura em que a União Europeia (UE) se encontra novamente ameaçada com "contratempos", relacionados com a pandemia de Covid-19, como a reintrodução de restrições, a inflação ou os problemas nas cadeias de abastecimento.
Durante a apresentação do Pacote de Outono do Semestre Europeu, esta quarta-feira, o comissário europeu com a pasta da Economia sublinhou que esses "contratempos" estão a aumentar.
No entanto, Paolo Gentiloni insistiu que o pior parece já ter passado.
"Não devemos subestimar o aumento do número de infeções, mas também não devemos pensar que o impacto económico destas novas infeções possa ser o mesmo ou comparável ao que aconteceu no inverno passado porque temos vacinas e uma relação diferente entre a economia e a pandemia", lembrou o comissário europeu da Economia.
Ao mesmo tempo, ao emitir pareceres sobre os planos orçamentais dos Estados-membros, Bruxelas deixa um recado aos países altamente endividados: é tempo de pensar no crescimento e avaliar com cuidado a despesa.
Do grupo constam países como Grécia, Itália, Espanha ou França.
"Sim, temos crescimento. Mas não devemos aumentar demasiado as despesas atuais. Enviamos um sinal. Estamos a aprovar todas as propostas orçamentais. Não estamos a pedir alterações específicas como fizemos em períodos anteriores. Estamos a assinalar o problema. Mas este sinal não deve ser mal interpretado. Não estamos a pedir para apertar o cinto para já, para consolidar as contas, para voltar à austeridade", disse Gentiloni.
Os alertas surgem numa altura em analisa o futuro do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Um assunto que promete gerar divisões entre países do norte e do sul europeu.
A cláusula de salvaguarda do PEC, que suspendeu as regras da disciplina orçamental para que os Estados-membros pudessem fazer frente ao impacto da pandemia, deverá ser desativada em 2023.