No Burkina Faso uma junta militar controla o país, acusa o presidente de incapacidade para manter a segurança. UE apela à ordem constitucional.
Militares em rebelião declararam, segunda-feira, na televisão estatal do Burkina Faso que uma junta militar assumiu o controlo do país após deter o presidente. Iniciativa que aconteceu após um domingo de confrontos armados na capital do país.
O capitão Sidsore Kaber Ouedraogo, que se assumia como porta-voz do grupo, afirmava que o Movimento Patriótico de Salvaguarda e Restauração"decidiu assumir as suas responsabilidades perante a história, a comunidade nacional e internacional" num país duramente atingido por ataques extremistas islâmicos.
À carta de demissão de Roch Marc Christian Kaboré, lida na televisão estatal, seguiu-se a incredulidade europeia. Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros apelava "à ordem constitucional e à libertação do Presidente Kaboré".
A Constituição do Burkina Faso foi suspensa e a Assembleia Nacional dissolvida. As fronteiras do país estão fechadas e foi imposto um recolher obrigatório das 21h às 5h da manhã.
Os responsáveis pelo golpe militar acusam o chefe de Estado deposto de incapacidade para gerir a crise o que levou a que a situação se deteriorasse em termos de segurança.
Dos quatro países do Sahel abrangidos por uma operação antijihadista francesa, apenas o Níger ainda tem um presidente eleito. O Mali é governado por uma junta militar, desde o golpe de agosto de 2020. O Chade desde a morte do Presidente Idriss Déby há nove meses.