Ser russo na Ucrânia em tempo de guerra

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De  Euronews
Ser russo na Ucrânia em tempo de guerra
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Não é fácil ser cidadão russo por estes dias fora do país, e na Ucrânia muito pior.

Andrey Sidorkine, é russo, vive em Kiev, rejeita categoricamente a invasão, quer ajudar a Ucrânia, mas não pode.

"Já fui ao gabinete de alistamento militar 5 vezes, mas enviaram-me de volta precisamente porque tenho um passaporte russo. Tentei passar de outra forma e fui para Azov, mas até agora, em vão. É por isso que sou voluntário", conta.

Sasha Alekseva também é russa, mora em Lviv, uma cidade perto da fronteira com a Polónia, que ainda não foi bombardeada. Diz ter vergonha do que a Rússia está a fazer e assegura que a invasão lhe partiu o coração, o seu e o de muitos russos que vivem na Ucrânia.

"É difícil para as pessoas que estão na Ucrânia há muito tempo sem documentos legais. Conheço pessoas que vivem aqui há dez anos sem situação legalizada, e agora não podem partir para lado nenhum, mesmo que o queiram. E as suspeitas por parte da polícia, dos serviços de segurança, é claro, são significativas para elas", lamenta.

Suspeitas que criam uma dupla sensação de impotência entre os que têm passaportes russos e corações ucranianos. Andrey Sidorkine ressente-se por não poder ajudar os seus amigos a preparar a defesa de Kiev.

"Primeiro que tudo, esta é também a minha casa, como para o resto do povo em Kiev, e também tenho de, e quero, protegê-la. E além disso, se acontecer, Deus me livre, que as tropas russas entrem aqui, gostaria de me encontrar com elas com armas nas minhas mãos, e não de mãos vazias".

Andrey e Sasha são dois exemplos no país que tem a maior diáspora russa do mundo.