Delegações dos dois países vão encontrar-se, esta terça-feira, em Istambul, anunciou presidente turco.
Uma nova ronda de negociações presenciais entre a Rússia e a Ucrânia está a ser organizada pela Turquia, com vista a começar esta terça-feira o diálogo para pôr fim à guerra.
De acordo com a presidência turca, as delegações dos dois países vão encontrar-se em Istambul, apesar das reservas quanto ao desfecho da atual situação.
A neutralidade da Ucrânia, o abandono da ideia de aderir à NATO e a garantia de que o país não vai desenvolver armas nucleares podem estar em cima da mesa, mas Kiev disse antes e tem mantido não estar disponível para concessões em relação à integridade territorial.
As exigência russas, confirmou, este domingo, o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, "não são realistas", mas o país anfitrião diz manter-se otimista.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, revelou que haverá um encontro "com as delegações antes da reunião" e garantiu que as conversas telefónicas com Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskyy "estão a ir numa direcção positiva".
Já o ministro russo dos Negócios Estrangeiros mostrou-se menos confiante no sucesso deste encontro. Ainda esta segunda-feira, Sergey Lavrov rejeitou a ideia de que esta seria uma boa altura para os presidentes de ambos os países se reunirem.
"A crise na Ucrânia, o conflito dentro da Ucrânia, tem vindo a fermentar há tanto tempo, durante todos estes anos, que um enorme número de problemas se acumularam, pelo que apenas nos reunimos e trocamos opiniões sobre o que pensamos e penso que isso agora seria contraproducente", disse o chefe da diplomacia russa.
Ucrânia entre alegados avanços militares e catástrofe humanitária
As negociações entre a Rússia e a Ucrânia retomam esta terça-feira, um dia depois de as forças ucranianas terem anunciado a recuperação da cidade Irpin e haver relatos de outras zonas tomadas à Rússia.
As autoridades falam 17 mil baixas no exército russo, nomeadamente de altas patentes, apesar de a Ocidente o número não ter sido confirmado.
A precária situação humanitária de Mariupol agrava-se de dia para dia, com 160 mil civis encurralados sem acesso a comida, água, eletricidade, ou medicamentos. Estima-se que na cidade tenham morrido até agora pelo menos cinco mil pessoas.